H á uma imagem muito comum que passa pelo discurso “nós e eles”, em que nós somos os justos e honestos e eles que são os injustos e desonestos. Eles são os corruptos, nós somos os sérios. Esta narrativa merece um reparo, estar na política é sujar as mãos e cometer algum tipo de ato corruptível, nem que seja mentir ou enganar um adversário.
Os Renovadinhos mentem com todos os dentes quando dizem que adoram Albuquerque, há muitos socialistas que mentem com todos os dentes quando defendem Cafôfo ou o novo líder do PS. A política é tóxica, quer se queira, quer não, e isso não vai mudar tão cedo. Ou, acordamos todos para a vida e percebemos haver um problema onde ninguém é inocente. Ou, vamos continuar a mandar veneno para o sistema, acrescentando mentiras até o sistema rebentar de vez. Ou, vamos simplesmente admitir que a situação está dramática. O que não é de estranhar, o PSD pode até ganhar as próximas eleições, mas está fraco.
O PS está ainda mais fraco que o PSD, é por isso que não consegue ser uma alternativa. E a situação é essa, estamos presos a um sistema em que ninguém diz: eu não vou a jogo enquanto o sistema estiver podre. É preciso fazer greve do jogo político e começar a fazer política a sério. Lidar com os problemas concretos em vez de continuar a alimentar esta fantasia. Por este sistema é uma fantasia.
Jardim era uma espécie de jogador que sabia fazer duas coisas: fazer jogo político e fazer política. Na sua ausência deixou-se de fazer política e faz-se só jogo político. É preciso mudar isso o mais rápido possível. Os madeirenses estão órfãos politicamente. Não há estadistas na autonomia, cada um defende o seu feudo e não há ninguém com uma visão de fundo. Ou melhor, até há, mas são pessoas afastadas da arena política por canalhas. E enquanto assim for esta autonomia é uma mentira.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 24 de Agosto de 2022
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