Chilreia amor chilreia

 

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C hilreia amor chilreia, intoxica como se governo aqui não houvesse mas tão só mandaretes e caixeiros viajantes das mais distintas empresas que esburacam as finanças e a paisagem. Chilreia amor chilreia, com o mesmo milho envenenado que faz cair dos céus as mais indomáveis aves raras desta urbe. Chilreia amor chilreia, como se nesta terra não houvesse cores nas aves exóticas, as que destinam e beneficiam dos futuros por concursos de alfaiate. Chilrear é de amigo, cacarejar não, e pergunta-se se cada governo não cuida dos seus e, recebendo dinheiro e não milho envenenado, onde o destinam. Quem tem milho envenenado cobiça o dos outros. E o problema está sempre fora da jaula, do galinheiro ou do cativeiro. Seriedade, posse, lata e dito de dentes cerrados, qualquer aventura linguística disfarça a façanha da deturpação ou da perversão. Do que me fui lembrar, dedico-te porque não sei chilrear ...

Mas ninguém diz “quando te vejo, o meu coração cacareja”. Os melros cantam, os pardais chilreiam e as galinhas cacarejam. Sendo a língua um bom indicador, a nossa consideração pelas galinhas é mínima. Degustamos os ovos, afagamos os pintainhos e menosprezamos as galinhas. Mas assiste-se, nos últimos tempos, a um chicken turn, uma revolução na imagem das galinhas. Irradiam um novo potencial cívico, ético e estético. O filme "A Fuga das Galinhas" e a série "Cow & Chicken" são apenas dois exemplos. Ninguém tem tanta saída de emprego nos nossos dias. A publicidade tem abraçado esta revalorização simbólica das galinhas. Neste anúncio da Reebok, dirigido por Noam Murro, a protagonista é uma galinha amante da liberdade. Um dia correrá com sapatilhas Reebok e será um expoente do sex appeal galináceo. Entretanto, as galinhas ao poder! Os galos já chateiam. A dialéctica da capoeira é contudo complicada. As galinhas põem os ovos, “os galos são os donos dos ovos” e os pintos só pensam em ser galos no lugar do galo.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 16 de Setembro de 2022
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