E xiste um pormenor interessante no debate da linha ferry Madeira - Continente. Numa ilha de feitos mil, na vanguarda, do superlativo, do magnânimo, do Povo Superior e do desenvolvimento sem igual e sem classes sociais, das insinuações independentistas por vingança e cheias de orgulho regionalista para castigar os infiéis de Lisboa, enquanto energia que carrega as baterias dos seguidistas acéfalos, no caso do ferry, somos inviáveis, pequeninos, os coitadinhos que sem um serviço altamente subsidiado não tem ponta por onde se pegue. Por outro lado, existe um serviço de carga viçoso que investe em mais porta contentores. Será ele subsidiado com dinheiros públicos para ser viável? Das duas uma, ou é viável e carece de concorrência, ou é subsidiado e então pergunta-se pelos outros com um serviço para além da carga. Aqui, naturalmente, há gato, todos sabemos mas queremos insistir para não nos fazerem de parvos.
Na Europa, existem muitos países com ilhas com baixo número de população servidas por ferry, isso significa abaixo da população do Porto Santo, algumas com centenas. Com elas existe serviço ferry, algumas ponto a ponto com a chamada "mainland" (o continente), outras entre ilhas pequenas com outras maiores (e não estou a falar do Reino Unido) e ainda algumas de rota itinerante que junta várias ilhas pequenas e que une ao continente. Para mim, este último exemplo é paradigmático, quando se tem uma situação não viável cria-se solução juntando sinergias. Pode parecer ofensa mas não quero chegar aí, quando vejo esses exemplos, que acontece muito na Grécia, Noruega, Suécia, etc, penso na Madeira, terra pequena sem viabilidade segundo o oligarca marítimo da ilha na questão do ferry. A Grécia conta com mais de 999 ilhas e ilhéus, sendo somente 227 habitadas, 78 ilhas possuem mais de 100 habitantes. Estamos habituados a ver filmes nas redes sociais com a destreza de alguns ferries a aportar mesmo com péssimo tempo, é a mais completa dedicação a ilhas pequenas que mesmo inviáveis e com mau tempo são servidas, é serviço público, é continuidade territorial. É vontade de fazer.
O ferry na Madeira pode ser entendido como quiserem, com maldade ou vontade de concretizar. Agora de uma coisa eu sei, se encarassem a Madeira como inviável, toda a sua orografia faria desistir de contruir pontes, tuneis, vias rápidas e aeroporto. Aqui não falam de inviabilidade e dedicam rios de dinheiros até nos empobrecerem. Sem dúvida que o maior problema da ligação ferry Madeira - Continente é falta de vontade política para proteger Luís Miguel Sousa, o obreiro do custo de vida na Madeira, que neste momento se deve salientar porque junta-se a dupla insularidade com os baixos rendimentos, a caminho de outra crise (que já farta) e que só enriquece os mesmos. Eu não entendo como é que um Plano de Recuperação e Resiliência não contempla a diversidade de soluções para ligar uma ilha, as comunicações são o nosso calcanhar de Aquiles mas aqui importa ter os madeirenses num curral.
Será que as nova(s) compras de navios porta contentores são investimentos PRR? Ninguém vai saber, nem temos fiscalização para essas contas, temos um grupo de fantoches e sonegação de informação. A Madeira está a saque e olhamos à volta, vemos os oligarcas a enriquecer com qualquer crise porque o Governo regional desvia dos madeirenses para lhes dar. São o garante da sabotagem se um dia perdem o poder.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 21 de Setembro de 2022
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