Q uando tudo parecia encaminhado para uma grande vitória do PSD-Madeira em setembro, o início de 2023 trouxe algumas surpresas desagradáveis. Se pensarmos bem, bastava ao PSD ficar quieto, com as suas inaugurações programadas para este ano de eleições, para carimbar mais uma vitória nas eleições regionais.
O ano começou mal para o PSD, com o ilustre deputado Sérgio Marques a pegar lume no rastilho, insinuando que os governos do PSD-Madeira são corruptos e que até inventaram obras para faturar, ou seja, muito mais grave do que as afirmações de Miguel Sousa de que o PSD-Madeira usufruía de 10% do investimento público em obras. Se bem que as obras não se possam inventar, pode-se finalmente explicar os milhões de metros cúbicos de betão, de obras a mais, enterrados nas ribeiras. Contabilizar obras inventadas não será fácil, mas o enriquecimento ilícito de alguns políticos está à vista de todos.
No meio do cheiro a pólvora ficou Adolfo Brazão, prometeu dedicar-se a fundo para que, em 90 dias, a Comissão de Inquérito da Assembleia Legislativa da Madeira tire as suas conclusões. Se bem que a conclusão da Comissão de Inquérito já esteja redigida, sem margem de manobra ficou o Ministério Público que vai ter de investigar as "invenções" de Sérgio Marques.
Mas a recente rebaldaria no PSD não se ficou por aqui. Se Sérgio Marques ateou fogo à bomba, Pedro Calado não lhe ficou atrás. Muito recentemente num programa televisivo acusou os militantes do PSD de incompetentes e carreiristas. Só agora? Depois de 900 nomeações de militantes do PSD é que Pedro Calado descobriu a incompetência destes? Só agora é que Pedro Calado descobriu a pólvora? Os casos de incompetência na Função Pública são conhecidos e às centenas! Veja-se o caso daquele recém-licenciado em engenharia que foi nomeado assessor de uma Secretária Regional ou daquele outro que nem aparece, porque diz que passa o dia ocupado em reuniões na Quinta Vigia. Numa coisa Pedro Calado tem razão, é tudo gente importante que não traz valor acrescentado ao Partido.
Pedro Calado não se ficou por aqui e, numa atitude de esperteza, errou ao fazer pontaria para o PS com o objetivo de criar uma diversão política, insinuando que o PS pagou 20, 30 e 40 euros a eleitores e a drogados (a referência aos drogados era desnecessária, mas deve ser algum trauma não resolvido). Primeiro, os drogados nem conseguem colocar uma cruz num boletim de voto. Segundo, o seu número não decide nenhuma eleição.
Seja a compra de votos pelo PS verídica ou não, o PSD abriu a caixa de Pandora, porque 40 euros é uma fortuna se comparados com os míseros 4€ de um frango congelado que o seu próprio partido trocou por votos.
Pedro Calado esqueceu-se que com este novo cenário inflacionista da compra de votos, em setembro PSD-Madeira vai ter de abrir os cordões à bolsa para comprar votos com televisões, frigoríficos, máquinas de lavar ou ainda um portátil Dell oferecido por alguma Casa do Povo.
O eleitor inteligente tem agora uma oportunidade para fingir vender-se ao PSD e votar noutro partido.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 1 de Fevereiro de 2023
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