O bispo 69


P eço a Deus que não descubram no continente que o polémico D. José Ornelas Carvalho, atualmente Bispo de Leiria-Fátima, é filho do Porto da Cruz com 69, anos. Porque mais do que o 69 para o caso dos abusos sexuais, o maior problema reside em explicar que é natural da Madeira. Isso esclarece tudo acerca do autoritarismo da Igreja que vamos vendo, acha-se acima da Lei e, sem pingo de vergonha, à margem da Justiça.

Como é possível se passarem 7 décadas e ninguém, por uma vez, teve uma atitude para corrigir ou acusar o problema dentro da Igreja? Medo e impunidade na Igreja, ela própria posta no pedestal em vez dos verdadeiros santos. Sou capaz de perceber o que se passou na ditadura, não sou capaz de o conceber na democracia, se bem que nós madeirenses também andamos calados, ... não é verdade? 47 anos dos mesmos em democracia, que paralelismo entre os 70 anos de abusos sexuais da igreja e a corrupção da nossa santa Autonomia. Eu gostaria que houvesse um estudo, sobre o que dá tanta segurança à Igreja e à governação da nossa terra para se acharem tão intocáveis. Será que se compra a Justiça ou ela se autocensura? Há muita gente com estatuto que se deixa ficar, por mais que conheçam os crimes, protegem o infrator e são insensíveis com os lesados. Uma palavra de apreço ao Presidente da República e ao Sérgio Marques que em dois momentos tiveram coragem, cada um num dos problemas.

Quanto ao "senhor José", aquela "anedota" de que para indemnizar as vítimas basta que tragam a fatura, será um episódio memorável desta série de saídas caquéticas da Igreja Portuguesa, atarantada e alucinada por séculos de mantras de Cristo e da fé, sem interiorizar absolutamente nada. Dá para perceber a fé que têm e no que não acreditam! Com o Inferno tão presente ao lado dos 10 mandamentos, nunca houve sequer uma retração de responsabilidade, mesmo sem fé.

Foi muito bom existir este registo. Uma igreja que não anda distraída nem se ri quando toca a se encostar por dinheiro e obras ao poder, nem do saquinho de esmolas. Isto vem a propósito do lunático Cardeal Patriarca de Lisboa que disse ser uma ofensa para as vítimas receber uma indemnização. Obras e ofertórios são santos mas indemnizar é um sacrilégio? Diria o Bispo de Beja que isto "não é forma de abordar as coisas", bastava "as pessoas estarem arrependidas e também porque fizeram penitência". Quanto cinismo alheio à lei. É assim que a Igreja se vê tentada a fazer o de sempre, rodar bispos polémicos pelas paróquias.

Não, não acaba assim com a lei da semântica do clero, vocês vão a Tribunal e é o Juiz que decide. A ver se não vos sai especialmente um Rosa, ainda fica pela metade como no caso do Sócrates, com duas Ave Marias e um Pai Nosso.

Uma palavra de apreço para o bom clero que existe, que sofre a ver esta Igreja e balança na sua fé. O nosso bispo é que é imperturbável, é continuar na procissão do encontro ... com a verdade (link). Não se deixe abalar pelas noticias, veremos as Igrejas.

P.S.: quero deixar umas palavras ao Correio da Madeira. Quando começaram suspeitei das vossas intenções, é típico do nosso ambiente muito malandro, depois vi que não eram um "amor de verão" ou de campanha. Com o passar do tempo percebi que de facto trouxeram palco à opinião pública livre, para se falar de tudo sem recriminações e censuras, temos muito para evoluir na nossa sociedade. Deve ser difícil, aguentem-se!

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda feira, 13 de Março de 2023
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