N ão tenho qualquer interesse no que se está a passar na Marina do Funchal, acho bem que haja obras porque parou no tempo e parecia terceiro mundo, contudo, se a mentalidade não muda vai ser como o Novo Hospital com a gestão da Saúde que temos. Por outro lado, quero ressalvar que a Marina do Funchal foi morrendo por falta de investimento, requalificação e animação da APRAM, o espaço é dela. À data da sua inauguração e anos posteriores foi zona da moda, aprazível, e depois foi decaindo. Quando soube da intervenção de fundo na Marina do Funchal, pensei logo que não iria ser diferente de tantos outros flagrantes da Madeira.
Vamos a outro tema que tem tudo a ver. Há muitos anos, a qualidade do currículo valia para entrar nalgum sítio do Governo Regional, agora é só por cunha. Olhamos e "naturalmente" famílias completas do poder estão na administração pública, seja Governo Regional ou empresas de capital público. Quem fala disto, fala de qualquer expediente nos serviços do GR, Saúde, burocracia, etc. Tudo funciona num labirinto de dívidas de favor, jeitinhos a amigos, avisos antecipados, etc. Quando publicado, a dar conhecimento geral, já tudo está encaminhado. As pessoas deixaram de acreditar e se têm razão para encarar assim, isso ainda facilita mais a corrupção e o amiguismo. Também é verdade que alguns lutam e atrapalham muito esquema mas há sempre uma justificação, um atalho e uma malandrice que repõe a cunha estabelecida. Adaptado à situação, a Marina do Funchal passará por isto.
Uma palavra aos empresários que lá estavam, não tiveram qualquer respeito, fundamentado em informação ou garantias à saída e isso vem ao encontro da suspeição que de novo tudo acabará, naturalmente, nas mãos dos mesmos. Muito mais do que justificações ou fundamentos, ao fim de 47 anos temos claro um modus operandi. Não há inocência, se aceitarmos todas as justificações e "legalidades", ao fim de tanto tempo, percebemos que só dá um resultado e é nesta base que não vejo ninguém a apertar com esta "máfia" que goza na cara de todos.
A Madeira é de meia dúzia, os negócios estão afunilados, confinados aos mesmos por monopólios, das obras, dos portos, da noite, etc. O Governo favorece, proporciona lucros e assistencialismo, paga avales privados, faz obras e seus amigos privados exploram, encaixa gente em lugares sem infraestruturas mas depois vai lá cobrir a despesa, faz obras aloucadas sem futuro e depois arrenda a custos miseráveis com a justificação de que mais valia assim, ninguém acusa o despesismo e o mau investimento anterior (falo do Penedo do Sono, por exemplo). Fico impressionado como ninguém se revolta ou melhor, como quase todos sentem o dinheiro como se fosse de outros (União Europeia), parece desresponsabilizar em vez de perceberem que se investe em tontices ou para amigos, quando não alicerça o desenvolvimento social, os serviços do governo ou distribui melhor a riqueza.
Voltando de novo aos empresários e funcionários da Marina do Funchal, a saída foi pela calada e com ausência de informação, agora com os estabelecimentos no chão e as pessoas em casa, já se sentem confortáveis para ensaiar o passo seguinte, "muitos interessados", que já se misturaram em plano de igualdade com aqueles que existiam ou até estão à frente. Depois, naturalmente ganharão os de sempre, com a melhor proposta que nunca se sabe bem como é, tipo a Nini no Molhe de mão beijada.
A Madeira não é para todos. Se queres respeito emigra enquanto podes, um dia, toda esta concentração nos mesmos, em cima do mesmo modelo económico, desmorona. Não há diversidade. Agora o que está a dar é rent-a-cars ...
Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 8 de Abril de 2023
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