Os Parasitas da Cultura


O mundo da cultura muitas vezes é palco de contradições e hipocrisias, onde indivíduos que se apresentam como críticos ferrenhos das entidades culturais e de seus mecanismos de financiamento, acabam por se render aos mesmos, quando se trata de obter apoios e subsídios.

Essa postura, por mais que possa parecer incoerente, é fruto de uma realidade complexa e multifacetada. De um lado, temos a necessidade de uma produção cultural autónoma e independente, que não dependa exclusivamente de financiamentos governamentais ou de grandes empresas. De outro, temos a realidade de um mercado cultural cada vez mais exigente e competitivo, que muitas vezes inviabiliza a sobrevivência de projetos independentes sem o suporte de entidades culturais e programas de financiamento.

Diante dessa realidade, é compreensível que muitos indivíduos que criticam as entidades culturais e seus mecanismos de financiamento, acabem por buscar apoio e subsídios justamente nesses mesmos mecanismos. 

No entanto, é importante que essa postura seja sempre acompanhada de uma reflexão crítica e autocrítica, que leve em conta as contradições envolvidas e as possíveis implicações éticas e políticas desse ato. 

Criticar as entidades culturais e depois recorrer ao apoio delas, não pode ser encarado como uma tentativa de encontrar um equilíbrio entre a autonomia criativa e a necessidade de viabilizar projetos culturais relevantes e significativos, mas sim, como uma postura OPORTUNISTA e INCOERENTE. 

Em última análise, o importante é que a cultura continue a ser vista como um campo de luta e transformação, capaz de questionar as estruturas de poder e propor novas formas de pensar e agir. As contradições e hipocrisias são inevitáveis em um campo tão complexo e dinâmico como a cultura, mas é fundamental que elas sejam sempre acompanhadas de reflexão crítica e de uma postura ética e responsável.

O PUTIN das Redes Sociais

A era digital trouxe consigo uma transformação no modo como nos comunicamos, compartilhamos informações e interagimos com o mundo ao nosso redor. As redes sociais, em particular, proporcionam uma plataforma poderosa para trocar ideias, opiniões e pontos de vista com uma audiência global. No entanto, essa mesma plataforma pode ser usada por indivíduos mal-intencionados para disseminar o ódio, o medo e a desinformação.

Um dos comportamentos mais prejudiciais e repugnantes dentro desse contexto é o uso das redes sociais para denegrir, ameaçar e humilhar terceiros. Infelizmente, isso é uma realidade cada vez mais comum, e pode ter consequências devastadoras para as vítimas desses ataques.

O indivíduo que se dedica a esse tipo de comportamento agressivo e destrutivo, utiliza o ambiente virtual para atacar colegas, grupos ou organizações, espalhando mentiras, difamações e calúnias. Essas ações podem gerar consequências graves, incluindo danos à reputação, constrangimento público, e até mesmo, ameaças à integridade física.

Além disso, o uso das redes sociais para humilhar terceiros pode ter um efeito multiplicador, uma vez que as informações se espalham rapidamente através da internet. Isso pode levar a um efeito cascata, em que os insultos e as ameaças se replicam em diversas plataformas, causando danos irreparáveis a muitas pessoas.

É importante lembrar que as redes sociais não são uma zona livre de regulamentação e que os indivíduos que utilizam essas plataformas para cometer crimes de ódio, ou praticar atos de assédio devem ser responsabilizados por suas ações. As entidades culturais têm a responsabilidade de criar e implementar procedimentos eficazes, para lidar com esse tipo de comportamento abusivo e prejudicial.

Em última análise, é importante que todos nós, nos lembremos de que o uso das redes sociais deve ser pautado pelo respeito mútuo, pela empatia e pela compaixão. Devemo-nos unir para combater o ódio e a violência, trabalhando juntos para criar um ambiente mais seguro, saudável e inclusivo para todos.

Triste é o cenário contemporâneo em que indivíduos agressivos, narcisistas e manipuladores se “apropriam” das redes sociais para perpetuar ameaças, ofensas e denegrir entidades culturais, com o único objetivo de satisfazer seus egos inflados e obter a atenção que tanto almejam. Inevitavelmente, tal comportamento desestabilizador não tarda a chamar a atenção de quem se depara com suas postagens, gerando uma reação em cadeia de repúdio e repulsa.

O que ainda é mais preocupante, contudo, é a constatação de que esses mesmos indivíduos, paradoxalmente, não hesitam em buscar apoio, financiamento e subsídios dessas mesmas entidades culturais, a quem outrora atacaram de forma impiedosa e sem qualquer pudor. E é nessa encruzilhada que se encontra o tecido cultural contemporâneo, tendo que lidar com a difícil tarefa de avaliar, se tais indivíduos, merecem ou não, o ensejo de receber ajuda financeira e estrutural para seus projetos.

No entanto, é importante ressaltar que a identificação desses indivíduos não é uma tarefa fácil. Muitos deles são habilidosos em manipular a opinião pública e apresentar-se como vítimas de uma suposta "caça às bruxas" ou de uma "perseguição política", quando, na verdade, são responsáveis pela criação de um ambiente tóxico e hostil. E é aí que a reflexão se impõe: como lidar com essas pessoas sem comprometer os princípios éticos e morais que devem nortear a ação das entidades culturais?

Uma possível solução seria adotar uma postura mais rígida e exigente em relação àqueles que buscam o apoio dessas instituições. É necessário que haja um processo criterioso de avaliação de projetos e suas respetivas equipes, com a finalidade de evitar que indivíduos que não se comprometem com os valores éticos e morais da cultura, sejam contemplados com recursos públicos ou privados. Além disso, é fundamental que as entidades culturais se mantenham atentas e vigilantes em relação ao comportamento dessas pessoas, a fim de evitar que elas venham a causar prejuízos maiores e mais graves.

Em suma, o cenário contemporâneo exige que as entidades culturais adotem uma postura mais crítica e vigilante em relação àqueles que buscam seus recursos e apoio. A identificação e o combate aos indivíduos agressivos, narcisistas e manipuladores que utilizam as redes sociais para promover a discórdia e a desunião é um passo fundamental para a construção de uma cultura mais justa, ética e plural.

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 9 de Abril de 2023
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