Precisamos de saber mais sobre o aterro do Palheiro Ferreiro.

O deputado Rui Caetano publicou um artigo de opinião (link) que sai das baixas expectativas que temos na atualidade nessa matéria. Falou do aterro do Palheiro Ferreiro, o que recebeu o desaterro do hospital novo num grande movimento de terras, contíguo ao Parque Industrial da Cancela e de uma densa zona comercial,

Muitas pessoas, leigos, vizinhança e técnicos falam mas deixam-se ficar e quanto a mim, aquilo nunca estará compactado como a natureza faria de forma lenta. Que nunca venha um 20 de fevereiro para aquela esponja.

O senhor deputado deve ter documentos com informação privilegiada ou sob algum tipo de segredo que deveriam ser públicos, porque dizem respeito a muitos interesses relativos à segurança naquela zona.

Do texto quero ressalvar estas partes, passo a copiar:

A Remodelação de Terrenos para Recuperação Paisagística e Ambiental no Palheiro Golfe, ao contrário do que estava previsto no projeto licenciado, foi transformada em aterro para todo o tipo de terras, ferros, cabos de alta tensão, plásticos, borrachas variadas, restos de demolições e outros entulhos. As irregularidades foram detetadas, contudo, os camiões continuam num vaivém contínuo como se tudo estivesse dentro da lei. (...) Os relatórios não deixam margem para dúvidas. Em diversos momentos, comprova haver clara violação das condições do alvará, alertando para o facto de existirem falhas técnicas de enorme importância, faltando, inclusive, evidências da insubstituível compactação das terras, além de não ter sido executada uma bacia de filtração de águas considerada “um elemento essencial para a existência de ‘águas limpas’ a jusante desta operação urbanística, beneficiando deste modo a qualidade das águas com destino à Reserva Natural do Garajau”. A determinada altura, os técnicos da autarquia concluem que não existem garantias de estabilidade global do aterro.

Convido o deputado Rui Caetano a contar mais do que sabe, mas tenha cuidado porque não sei como vai ser com a "folha" porque tem interesses e alguns incómodos são despachados ... O interessante deste assunto, e se calhar é por isso que o deputado Rui Caetano fala, é que o ex vereador Bruno Martins foi quem assinou o licenciamento do reperfilamento do terreno. Sabemos o que foi descoberto depois, felizmente comentado no CM a partir do artigo na Revista Sábado e outras subsequentes:

Porque é que, só em relatórios recentes, se diz que há incumprimentos ao que foi licenciado? O que se passou com a fiscalização durante o depósito pelos milhares de camiões? Querem ver que a Provedoria da Justiça indagou sobre aterro? Informe-nos senhor deputado, é seu dever. Não há obra que sustente a monstruosidade das terras. Por mais que compactem, não substituem a natureza e o tempo, as terras estão soltas, basta um vinte de fevereiro. O que vejo é um grande grupo de sinergias todas do mesmo lado e com comunicação social na célebre tática do fica calado e deixa o tempo passar. Mas como esquecer aquele monstro? O deputado Rui Caetano prestou um bom serviço público e foi pertinente no seu artigo de opinião. Obrigado.

Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta feira, 19 de Abril de 2023
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