Os caras pálidas e os caras sujas


E xistes alguns indivíduos, caras sujas, que fazem como o poder e tentam o foguetório sobre os outros para defenderem a sua posição incómoda, da qual ninguém tem culpa, só eles, criando um confronto entre caras pálidas contra caras sujas. Na verdade não existe confronto, cada um segue o seu caminho e opções, no entanto, a consciência de alguns consome, sentindo a necessidade do confronto para alimentar o desassossego pessoal e emocional.

É comum na Madeira que, aqueles que se sentem em matilha e protegidos, se armem em donos da verdade e a medida certa da moral, da ética e da "deontologia", que diabolizam pessoas e fazem o seu "editorial" em épocas de campanha eleitoral, sobre pessoas coletivas ou não, tornando-as o que não são para que, outros ardilosos, que o são, se tornem umas "virgens". Atuam para se tornarem visíveis e serem aceites pela contribuição no regime.

É tradicional se diabolizar atitudes e opções naturais de defensa pessoal de cada um para provocar na sociedade uma repulsa sem fundamento, uma condenação à partida que infeta as mentes por autocensura e assim cobrir as falhas de caráter de alguns.

Os que têm mais visão, são considerados um "atentado" e uma inconveniência para aqueles que vivem do expediente de chicos-espertos, que não suportam a força dos argumentos e que desejam uma sociedade em marasmo, medo e autocensura, para que eles tenham a vantagem que lhes dá sucesso. Sempre contaram com isso para serem vencedores.

Uma sociedade conformada, sem ambições, soluções, liberdade, contraditório e comparações, "carneirista" que joga pelo vencedor, aguardando piedade e prémio, mesmo que se entregue ao seu "carniceiro" ou carrasco, é alimentada para ter pena dos notados e acusados com culpa, rejeitando quem alerta e faz de professor impopular que, no entanto, prepara para a vida.

Alimentar todo tipo de inimigos, sendo eles externos ou internos, sempre foi uma forma de arrebanhar as massas através do medo, e quem tresmalha por visão é a ovelha obrigatoriamente negra para ilibar todos os outros, assim se pretende domesticar almas para as suas causas, que são a de meia dúzia e não do coletivo, guiados e guardados por "cães" que guardam os rebanhos.

Os melhores sempre estiveram fora do seu tempo perante as massas, pagam com agruras nas suas vidas o facto de serem líderes caras pálidas natos e não caras sujas, carneiros, dependentes, tachistas, em dívida de favores e das regras estabelecidas, mesmo que elas sejam similares à ordem da Idade Média sem execuções físicas mas com todas as outras que levam a justiça decidir mal.

A diabolização pretende criar condições para que a população não tresmalhe e que alguns recebam a absolvição pela legitimação do voto das massas, apesar de completamente condicionado na democracia dos "senhores da guerra", que foram tornadas ignorantes ou cheias de medo e que, sem mais remédio, votem nos seus "carniceiros" e carrascos.

É um facto que a população minga e empobrece, que não consegue fazer vida e não pode sequer ter ambições porque os outros, poucos, têm por eles, levam tudo e não deixam nada. Numa época de histerismo dos dependentes, o Correio da Madeira que vem de trás e não é instrumento do momento, que é diabolizado e ignorado por alguns, continuará a fazer o seu caminho, a pulso e sem as popularidades das matilhas, a publicar Opinião Pública Livre, Estará à margem da política e seus artifícios para servir todos, até aqueles que estão contra agora no dia em que sanearem do estado de graça. A Opinião Pública não é política mas afeta a política porque desafia.

Oferecemos condições para exercer cidadania e liberdade nos preceitos da Revolução Francesa, do 25 de Abril, nos valores da sociedade ocidental e orientados pelo saber estar anglo-saxónico no tratar da informação e da moderação. Não recebemos lições de ninguém mas ouvidos todos e publicamos pluralismo, a quem queira participar, livre e eclético.

Cabe-lhe decidir o que quer ser em liberdade, nós não condicionamos nem diabolizamos como outros que são caras sujas a atentar contra os caras pálidas. Nem todos gozam da proteção hegemónica do poder mas também merecem viver.

Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários