H á medo e há vergonha. O medo autocensura, a vergonha faz viver uma vida que não se pode para não dar parte fraca. Quem não consegue atingir este cinismo atira-se, porque tudo passa ao lado dos serviços e da comunidade. Cada pessoa é um mundo e só ela sabe porque decide assim, por contingências ou por carneirismo.
O carro a luzir e a casa com faltas, à festa não se falta mas a casa está à rasca. Quem diz a verdade não é popular apesar de defender quem sofre. Dar likes em inúteis faz sentir superior. É "in" pertencer à "maralha" como ato de esperança de um dia ter a oportunidade. O tempo passa, e passa, e vai passando mais, nunca chega ao seu tempo, mas verifica que no seu grupo uns galgam e outros ficam. Torna-se incomportável, porque todos são cínicos entre si aguardando a golpada, mais cedo ou mais tarde surge a deceção
Os jornais dizem que os números estão fantásticos, a vida está um regalo, as estatísticas maravilhosas, os serviços públicos são do melhor, damos cartas ao mundo e baile ao país, somos excecionais, somos os maiores e não há gente como a gente. Há gente que quer acreditar e não quer olhar para si. Há gente que tolera a mentira saborosa e odeia a verdade que faz mudar as políticas para trazê-lo de volta à vida. Devolver a vida. Só tem uma. Mas, ao que parece, antes a pobreza na zona mais pobre do país e que só pode ser da Europa, que se conhece, do que se mudar alguma coisa. A nova ordem e os novos valores da inversão vão literalmente se cimentando, os medianamente fortes cedem ou vendem-se, os fortes estão quase há uma vida a padecer, o sistema parece que não morre e seus gurus eternos. Perante tanto sofrimento e tanta ignorância, é um fogo amigo desejar a morte aos empecilhos da obra social e da cultura.
Parece que todos são empresários de Alojamento Local, alguns só têm a sua casa e arrendam para depois pedir ao Governo, só possível neste ambiente de promiscuidade em que vivemos, onde se gere rabos de palha e tudo é possível no reino dos precedentes. Conhecer um rabo de palha é um trunfo que se gasta numa oportunidade.
A unicidade sem remédio é uma consanguinidade, qualquer dia aparecem os deformados. Acho que vivemos numa era de ganância, eles sabem os valores, a ética e a moral porque até os fingem mas preferem a ganância. Toda esta distorção da realidade, a vida em festa, o estudo pouco exigente, a formação para a falta de caráter, formou a geração que vem a seguir, ainda pior e sem valores. Ninguém quer parar, aliás todo precedente é uma cancela na marcha-atrás dos políticos neste caminho errante.
Apesar da promiscuidade, corrupção, peculatos, violência, sinistralidade, inverno demográfico, máfias, droga, roubos, pobreza, lavagens, suicídios e tantos outros problemas notórios, todos preferem a crença, qual Igreja de dogmas conferidos à política.
Vivo numa ilha de esquizofrénicos ou de psicopatas? Isto é a ilha da mentira e do bloqueio mental por falta de comparação. A larga maioria legitima porque o mal é crónico ao fim de 47 anos. As pessoas, cópias de outras, vivem numa ilha à espera de serem escolhidas ...
Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 18 de Junho de 2023
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