PERAC e PREC!


V amos lá explicar estas siglas, PERAC - Programa Especial Recuperação Actividade Cirúrgica, o tal que vem substituir o Programa Recuperação Cirurgias (PRCs), mas que enferma dos mesmos defeitos, e virtudes, diga-se a única verdadeira virtude é na folha salarial dos médicos.

PREC-Processo Revolucionário em Curso, em 1975, uma confusão da treta que nos trouxe uma democracia de muletas, o PERAC, é um programa de muletas para coxos crónicos. Assim como o PREC, o PERAC é uma lusão, uma manobra de marketing politico.

Tanto um como outro enfermam de um único defeito, que se resume a não resolver problema nenhum, no engrossar das listas de espera, pois quanto mais saem mais entram e assim as listas só engrossam.

Mas o pior é a total ausência de planeamento, de logística e de uma filosofia organizacional que verdadeiramente ajudasse a resolver a curto, médio e longo prazo o problema verdadeiramente, as listas de espera, sem politiquices e respeito integral por todas as classes profissionais envolvidas. Nos serviços de internamento, então o desprezo foi absoluto, ninguém foi ouvido ou achado.

Uma classe, os médicos-cirurgiões cobertos por um Conselho de Administração laranja, impõe de forma unilateral uma político-eleitoralista ideia para recuperar listas, ambos sem respeito algum por outras classes profissionais, nomeadamente enfermeiros e assistentes operacionais, criam um programa que visa apenas o engrossar da folha de pagamentos dos médicos-cirurgiões. Também os anestesistas são contemplados com uma verba, tipo umas migalhas para pombos, sendo as outras classes profissionais do tipo uma moedinhas atiradas ao chapéu. É precisamente por estas razões, de desprezo que actualmente os assistentes operacionais são forçados a aceitar participar, mas sem vontade nenhuma e, ao que se sabe, não existem profissionais suficientes que voluntariamente aceitem participar no PERAC. Onde tentam recrutar pessoal e a ruptura é mais que evidente, é no caso da esterilização.

Porque será que em dias de actividade cirúrgica normal, chamam x, e operam y, e se dão ao luxo de cancelar cirurgias, mas pasme-se, em dia de maminha PERAC chamam pela meia dúzia e operam em tempo recorde. Pasme-se também que alguns desses estão em lista recentes, e muitos vêm para cirurgia no bloco operatório central, quando podiam realizar a cirurgia no ambulatório, ou até mesmo em salas técnicas. Os tais procedimentos de caracácá.

Mas a questão do caracácá, a maior, é a ausência absoluta de critérios de reforço das equipes nos internamentos, porque não se vive apenas nos serviços de internamento ou de actos cirúrgicos, existem muitos outros doentes, de outras patologias, que envolvem e exigem a presença de Enfermeiros e Assistentes Operacionais, para vigiar, cuidar e tratar, e muita gente sabe que dois enfermeiros à noite, para tanto trabalho e com doentes cirúrgicos, as coisas não são para brincar. No entanto, directores de serviço e chefes de enfermagem apostam na sorte, claro até um dia.

As PRCs nada resolveram, o PERAC também, será a continuada ilusão em banha-de-cobra laranja.

Viva o povo iludido.

Curiosidade: alguém acha que uma fórmula do tipo penso rápido, que operou de forma extraordinária e muito bem paga 2.875 utentes, resolve alguma coisa numa lista com mais de 20 mil pessoas em espera? Ontem a minha afilhada ficou em lista de espera, numa especialidade onde a mãe foi informada de que terá de esperar um ano, para um procedimento simples mas de carácter urgente.

A Madeira é um Titanic.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 27 de Junho de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários