À pujante resposta sobre o meu artigo da Ryanair.


Agradeço a abordagem pujante (link) de alguém ao meu artigo (link). Quero tecer alguns apontamentos.

F alei da Ryanair, que considero os "terroristas" da aviação, aliás, é assim que os tratam no meio e obtive como resposta "todos estão no seu direito", tal como eu escrevo de novo à altura. Porque são os chicos espertos da aviação, é natural que a Ryanair encontre eco na região, e porque a Madeira é a vanguarda que chega atrasada, ninguém quer saber de outras experiências. É nesta ignorância que nasce o naive. Basta a confusão das faturas para não pagar impostos e ver como, logo de início na operação, houve um avião da companhia que mal saiu da placa de estacionamento para a pista, deu a volta já para arrancar e a torre ordenou para o início da pista. Acatou, mas foi referenciado ... é natural. 

Esta companhia é, para quem gosta de voar e não meramente de chegar ao destino a "preço de autocarro", o motivo da perda de todo charme da aviação e cada vez mais ser uma maçada de condições, mau serviço e arrogâncias. Muitas vezes, "preço de autocarro" para aeroportos em cascos de rolha para pagar o dobro em táxi, muitas vezes (fundamentos do negócio). Eu não estou a falar da oportunidade que dão de voar, do direito de todos voarem e abrir horizontes onde quer que vão. Atenção, há aqueles em que a Madeira é a medida e não abrem os olhos. Normalmente andam nos "47 anos", são grisalhos mas ainda não desapareceram.

A pessoa falou em fartura de companhias que fazem a "concorrência" e assim desce os preços. Amigo, essa é uma fase inicial. Depois, a subsidiada Ryanair, via propaganda do destino para ter aquelas tarifas, ou seja, o destino paga uma parte da passagem na prática, acaba por gerar concorrência desleal, as outras companhias desistem e aí a quantidade que gera baixa de preços acaba com o destino nas mãos da Ryanair, da maneira como ela quer. Aí começam a exigir cada vez mais, depois de terem viciado o destino com a massificação, sabem que ninguém quer recuar ... vem a "factura". Este é o momento dos Açores pelo qual a Madeira ainda não passou.

O autor não gosta dos termos usados relativamente à maioria dos passageiros dessa companhia e que aqui aterram, mas já toda gente notou pelas atitudes e opções desses passageiros na Madeira (e começaram com a Ryanair e não com as outras low-costs), que é um turismo que não nos interessa, que vão "terraplanar" a Madeira, esgotar recursos e infraestruturas, sem retorno que valha a pena. A não ser o das obras, eles sempre criam um problema para produzir obras.

Foi com a Ryanair que se destruiu a qualidade do turismo na Madeira, para encher precedentes de alojamento que estão para além das nossas capacidades enquanto ilha, mas que continuam a dizer que há margem para crescer. É justamente o engodo da massificação que traz a desgraça, porque já ninguém recua. A ilha que vende natureza e não betão para atrair turistas, está exatamente a destruir o ambiente: lixo na serra, a arriscar com acampamentos selvagens, a ajudar aos cagalhões na praia, a entupir a rede viária, estacionamentos gratuitos são parques das rent-a-car, etc. O turismo é uma indústria como outra qualquer, enquanto for sustentável e esse nível é determinado pela quantidade, pelos limites da zona, é preciso compreender isto! Que dupla, construção e massificação. O dinheiro vai seduzir até matar. Estou a falar para pessoas inteligentes que percebem que temos governantes que abrem precedentes que "matam" porque depois ninguém recua. Ao populismo desses governantes basta dizer "então acaba-se com a massificação", para ter todos aqueles que assentaram negócio sob um mau precedente a dizer que não. Populismo! Errou-se, governou-se mal e verga-se as pessoas. Governar é conduzir por bons destinos!

Continuem a maltratar e a destratar a TAP em vez de reclamar com civismo, que não é aquele do pornográfico porque são marcantes para decisões nas horas chave, pode ser que um dia, depois da arrogância do brinquedo novo, a realidade bata de frente, a tal companhia privada que pode fazer o que quer, que não produz concorrência, mas afasta as outras por concorrência desleal, ainda pode ter uma companhia de bandeira vendida a ter outras políticas comerciais porque também é "privada". Faz falta à Madeira perder a TAP para um banho de humildade. Eu estou a defender a importância da companhia como carreira regular e de ligação ao mundo, com vínculo no interesse nacional e proteção ao passageiro. Quando falha a ligação da Ryanair o que é que você tem? Zero e aceita o que lhe derem como solução, você cala-se porque aceita o modelo de negócio mas sai mal servido. Mas tenho a certeza que com a TAP aceitaria menos, apesar de colocar mais rapidamente um avião para resolver, inclusive os intercontinetais.

A TAP foi salva com dinheiro público, muita gente discorda, também acho que a intuição de que aparece sempre alguém a salvar é mau para a gestão. Já nos chega a banca. Mas a situação ocorreu tal como outras na Europa da aviação tradicional (que não ponto a ponto). Agora, a sua operação não é "subsidiada" de forma encapotada como acontece com a Ryanair. Desafio a Região a fazer a mesma propaganda nas outras companhias, porque se não o fizer, é concorrência desleal e, essa forma de subsídio para promover a Região, deve ser investigado.

Eu brinquei mas não fui arrogante, disse o que sei e penso. Agora há gente que lhe falta alguns pormenores e parece que não há outra verdade. Tem sido pessoas muito cheias de si que dão cabo da Região e já nem se pode viver cá. Não preciso de ser populista, só dizer aquilo que penso para que outros também pensem.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 25 de agosto de 2023
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