Boa noite Plataforma e boa noite leitores.
Q uero falar de um assunto que mata, mata muito, silenciosamente, tão silenciosamente que nunca é tema público, mas é uma grave situação dos nossos hospitais, em especial um. Mata gente anónima, o vulgo cidadão comum, mas também mata gente com popularidade ou notoriedade, nem que seja por serem familiares de altos quadros do PSD Madeira. Mas, tudo isto é tabu e a mim faz-me muita impressão como, em favor da intocável política de manutenção de poder, muitos fiquem calados com a incompetência e inércia que corre na nossa Saúde. Muito para além da agraciada informática (de que estamos a rir).
Muitos de nós, com amigos, familiares ou "bilhardice", conhecemos casos de gente que faleceu ao ir ao hospital para se tratar de uma maleita e morrer de outra. Usam a palavra "complicações" para resolver o assunto, cai em segredo médico, mas normalmente significa uma bactéria multirresistente.
A rainha das bactérias entre nós, a que mais mata, é a KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) uma cepa de bactéria da espécie Klebsiella pneumoniae e que se tornou resistente aos antibióticos carbapenémicos, uma classe importante de antibióticos usados no tratamento de infeções graves e muitas vezes resistentes a outros tipos de antibióticos. Perdoem-se a linguagem, mas sigam-me. A bactéria KPC produz uma enzima chamada carbapenemase, ela destrói os carbapenémicos, tornando-os ineficazes no combate à infeção. É aqui que retornamos à linguagem comum, infeção hospitalar, atribuídas aos pacientes com sistemas imunológicos comprometidos e onde muitos acabam por falecer.
Há muito tempo que temos este problema, mas não vejo um controle para a contenção na disseminação desta, e outras bactérias multirresistentes, em ambientes da saúde regional. É fundamental para evitar surtos e garantir que os pacientes recebem tratamento eficaz. Reparem, se os informáticos do Sesaram foram reconhecidos pelo mau trabalho, julgo que também deveriam fazer o mesmo à KPC...
O PPCIRA (Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos) no SESARAM enfrenta um certo obscurantismo medieval de certos médicos, associado à sua habitual prepotência do "quero posso e mando" em acatar as orientações deste organismo, sobretudo quando determinados doentes com bactérias multirresistentes têm de ser isolados e, até o serem, existe um hiato de tempo que promove a contaminação e a disseminação da infeção hospitalar. Não só pela via habitual, a higiene deficiente das mãos, os estetoscópios sujos e nunca devidamente desinfetados de certos doutores, ainda a teimosia em não usar as medidas de proteção quando observam certos doentes, alguns até já identificados no sistema informático, aquele que agora desapareceu com muita informação pertinente e trabalhos de investigação. Reforço, há médicos que muitas vezes, mesmo alertados, vão com a sua roupinha de casa para o pé destes doentes e sem mascarar "os queixos". Num hospital "nojento" como o HNM, está tudo facilitado.
Garanto-vos que isto é tudo um verniz e só informática deu nas vistas. Existe mais preocupação, de quem manda na saúde, em aderir ao marketing politico do que na realidade criar estruturas organizadas para implementar projetos em falta, como é o caso da certificação de qualidade de muitos serviços que apenas está no papel. A realidade pura e dura é a que se assiste todos nos dias nos hospitais... o risco de transmissão da infeção é real e exponencial, basta ver o engarrafamento das macas nas urgências, um baile de máscaras de bactérias resistentes e de outras candidatas de se tornarem multirresistente, pela partilha entre elas da enzima que lhes confere resistência aos antibioticos...um filme de terror.
Em termos de isolamentos, por exemplo, o HNM não tem em número suficiente e, muitos deles, são mais utilizados para cunhas de familiares e amigos de certos clientes com "pedigree". Assim não há PPCIRA que nos safe... e a prova disso são os óbitos por Sepsis ... as bactérias entre si vão ganhando resistência, chega-se ao ponto de, em certas analises de antibiogramas um doente testado a 6 antibioticos, só é sensível a um... andam a brincar com o fogo
Apontamentos final, o KPC mata muito, existe em todos os hospitais portugueses, no entanto, no HNM destaca-se...
Nota: adicionamos informação depois dos créditos.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 10 de Setembro de 2023
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KPC – Sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento
A KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) é uma bactéria multirresistente, tendo sua primeira identificação nos Estados Unidos, em 2000, após sofrer uma mutação genética que favoreceu a resistência a inúmeros antibióticos, além da capacidade de ocasionar resistência a outras bactérias. Acredita-se que esses fenómenos podem estar relacionados com o uso indiscriminado ou incorreto de antibióticos.
Os ambientes hospitalares são os ambientes mais propícios para transmissão da bactéria KPC, por meio do contato com secreções do paciente infectado, quando não são aplicadas corretamente as normas básicas de desinfecção e higienização. Pode ser encontrada em fezes, na água, no solo, em vegetais, cereais e frutas.
Os grupos de pessoas que apresentam risco de contrair infeção pela KPC são: Crianças, idosos, pessoas debilitadas, com doenças crónicas e imunidade baixa ou que permanecem longos períodos de internação hospitalar.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA KPC?
Os sintomas da KPC são semelhantes à de qualquer outra infeção, como febre, dores no corpo, principalmente na bexiga e tosse intensa quando há pneumonia.
COMO É REALIZADO O DIAGNÓSTICO?
Embora nem todos os hospitais apresentem aparelhos suficientes para fazer o exame, a confirmação do diagnóstico dá-se por meio de um exame laboratorial que verifica a existência da bactéria em material retirado do sistema digestivo.
QUAIS SÃO AS FORMAS DE PREVENÇÃO?
No caso de pacientes portadores da bactéria KPC, mesmo que assintomáticos, devem ser mantidos em isolamento como forma de prevenção.
A higienização e desinfeção das mãos são medidas indispensáveis para evitar a propagação das bactérias. E deve ser realizado tanto pelos profissionais de saúde que tratam os doentes, quanto pelos visitantes.
Como outras alternativas de prevenção de contágio das bactérias estão o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como aventais de mangas compridas, luvas e máscaras descartáveis, principalmente quando houver contato direto com os pacientes, juntamente com a desinfeção rotineira dos equipamentos hospitalares e a esterilização dos instrumentais médico-cirúrgicos.
QUAIS FORMAS DE TRATAMENTO?
No momento há poucas classes de antibióticos que são efetivos para o tratamento de infeções hospitalares pela bactéria KPC. Por isso, a prevenção é fundamental.