S ou um cidadão comum e agora anónimo, não estou metido na política, nunca tive filiações partidárias, voto sempre conforme me apetece, quase nunca votei no mesmo mas há um que na Madeira rejeito, não sou laranja e vou votar verdinhos, acompanho as notícias, redes sociais e blogues, vi o vídeo viral do nosso Presidente. A pergunta que se põe, no lugar dele como você reagiria?
O elemento intrusivo e abusador foi o popular, o Presidente vinha em "mãozada em série" e de repente acorda do piloto automático, algo de inusitado acontece e das poucas vezes, sem peça de teatro, ele mostra-se surpreendido, mas depois identifica e gosta porque esboça um sorriso.
Aceitando as bocas e piadas que por aí se mandam, se estupefaciente, se cunha, etc, confesso que já me vi envolvido numa cena parecida. Na única vez que estreei um carro novo na vida. Uma tia idosa fez um saquinho pequeno em tecido bonito, cosido nos quatro lados com um conteúdo palpável que eu nunca vi. Tal como o Miguel Albuquerque, ela veio sorrateira, deu-me as mãos para me dar um beijo (era baixinha, para manter o equilíbrio) e disse-me baixinho, põe no carro para te proteger. Foi um segredo dos dois, daquelas coisas capazes de deixar algum sem jeito se descoberto por outros. Ela informou que era uma cruz de alecrim e uma santinha (nem sei qual a santinha). Eu respeitei a crença e tenho no carro que agora já tem uns aninhos, sempre ileso, mas já na ausência definitiva da minha tia. Agora para além da suposta função é uma recordação dela, que vou usar sempre, mesmo que mude de carro. Quando recebi o saquinho tive a mesma reação do Albuquerque, fiquei surpreendido, olhei, ouvi e esbocei um sorriso. A menos que descubra coisas erradas da minha tia ou algum cão da polícia fareje o carro e aponte o saquinho, é um gesto pelo bem da pessoa.
O Élvio Sousa apareceu há dias com uma cruz de alecrim do tamanho que dá para a ilha toda, certamente amuleto para uma política por todos, a pergunta que fica é se Albuquerque recebeu uma cruzinha de alecrim só para as eleições e afinal nada de errado existe.
Agora também sei que, se isto fosse no continente, já teríamos programas de humor a gozar da situação e um jornalista atrevido a saber perguntar o que se passou. Num jornalismo regional que foge das notícias, nem isto se ousam fazer, no PSD não se toca e não se corre riscos. Quem deveria fazer isto, para se ver a reação natural era a RTP Madeira, de forma inesperada como o ato do popular. Mas pelos vistos, é do interesse de todos que fique assim para não complicar.
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 13 de Setembro de 2023
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