A freguesia de São Gonçalo, criada em 1558, sofreu muitas mudanças desde a sua fundação, porém nos últimos anos, assiste-se a um estagnamento do seu desenvolvimento. A freguesia tem vindo a perder população, nos últimos anos cerca de 10%, mas onde os jovens não conseguem comprar uma casa.
Em 47 anos, a mobilidade nesta freguesia não melhorou. Aliás, pelo contrário, apesar da sua população envelhecida. Não há um passeio decente. Na maior parte dos trajetos dentro da freguesia, as pessoas têm de deslocar-se por passeios exíguos ou até mesmo na berma da estrada, onde são constantemente assediadas pelos automóveis que lhes fazem razias. E que ninguém tenha a infeliz ideia fazer deslocar uma cadeira de rodas porque acaba sempre na estrada. Antigos passeios “em pedra viva”, pequenos é bem verdade, foram absorvidos pelo alcatrão e transformados em pequenas levadas que recolhem a água que corre na estrada. Mobilidade na freguesia de São Gonçalo é uma miragem!
Mas se repararmos nas paragens de autocarros, o panorama não é melhor. Na freguesia existem dois abrigos em cimento e dois em vidro. Nas restantes paragens, as pessoas estão expostas ao sol, à chuva e ao vento. Para além disso, têm de estar de pé na berma da estrada, onde até sentem o calor libertado pelos automóveis, tal é a proximidade com que passam. Paragens, onde os autocarros recolhem ou largam as pessoas para a estrada porque não existe passeios nem passadeiras para assegurar a segurança dos passageiros. Passadeiras que dão para paredes ou levadas! Paragens ao lado de paredes que ameaçam ruir… Em 47 anos, não conseguiram melhorar a mobilidade dos fregueses de São Gonçalo, nem fazer melhor do que os antigos fizeram há 50, 60, 70 anos… Isto diz muito sobre a classe política que tem dirigido os destinos de São Gonçalo. Mas, em menos tempo, conseguiram instalar uma paragem de autocarros, pendurada sobre o precipício, em frente ao hotel Ocean Garden. Claro, todos percebemos, que o que está em causa é o bem-estar dos turistas. O madeirense que se aguente como puder.
O que é que a coligação “Funchal Sempre à Frente” tem feito no sentido de pressionar a Câmara Municipal do Funchal para construir abrigos de paragem de autocarros, ou a melhorar a mobilidade dos habitantes desta freguesia? Assim, teríamos uma freguesia mais inclusiva! Palavra tão cara à Coligação Funchal Sempre à Frente, mas que só tem efeitos práticos nas zonas turísticas. Afinal, para quem governam os senhores da Coligação Funchal Sempre à Frente? Para os madeirenses, não é certamente!
Passemos a outro assunto. Onde está o centro de saúde e o centro de dia prometidos em 2004 para os terrenos que foram adquiridos para esse propósito, mas onde agora vai nascer um complexo habitacional, com 54 fogos de habitação social. Eu chamo a isto a “guetização” da pobreza. Isto são guetos, onde são colocadas as pessoas em dificuldades financeiras. Porque é que estas pessoas são votadas à ostracização? Porque é que as pessoas mais pobres têm ser estigmatizadas e concentradas num único bairro, como se tivessem peste? Na Europa, desde os anos 70, que este modelo de guetização deixou de ser opção! Os senhores da Coligação Funchal Sempre à Frente, estão muito desatualizados, ou então sabem muito bem o que se faz lá fora, mas preferem soluções baratinhas porque acham que as pessoas pobres não são merecedoras de maior investimento. Porque é que não se constroem pequenas unidades integradas no tecido urbano? Assim, promoviam a inclusão social em vez da exclusão social que estão a criar. Pelos vistos, a inclusão social não passa de um conjunto de palavras bonitas para encobrir todos os velhos preconceitos dos senhores da Coligação Funchal que acham que estão sempre à frente de todos!
Vamos falar de infraestruturas para os mais jovens, como um parque infantil onde as crianças poderiam brincar e relacionar-se com outras da mesma idade. Ou um jardim, para miúdos e graúdos, onde os mais velhos poderiam passear, praticar exercício físico, descansar à sombra de uma árvore, ler um livro, entre muitas outras coisas. Mas, em 47 anos, o mais próximo que existe de um espaço verde, em São Gonçalo, é o cemitério, construído no tempo da antiga senhora!
Em relação à manutenção da escarpa ao lado do Lar Vila Assunção, só esperamos que o pior não suceda. Depois, da tempestade Óscar, a 6 de junho de 2023, deu-se uma pequena derrocada da escarpa atrás referida, ficando o entulho durante um mês na estrada e mais tarde na levada, pondo em perigo os automobilistas. Só no dia 24 de junho é que afastaram as pedras e a terra para dentro da levada onde permaneceu durante muito tempo. Cheguei a pensar que esperariam pela seguinte tempestade com a levada obstruída… Se isto tivesse ocorrido na Avenida Sá Carneiro, o procedimento seria diferente e no próprio dia tinham procedido à limpeza das pedras e da terra, mas infelizmente a caminho de São Gonçalo circulam, na sua maioria, os que vão para suas casas ao fim do dia de trabalho.
Na mesma escarpa, existe uma fenda que, a cada ano, se torna mais marcada e deveras assustadora para quem passa por baixo do bloco que ameaça cair. A Câmara do Funchal tem monitorizado aquela fenda? Não sei se sabem, mas já existem métodos e instrumentos para medir aberturas ou deslizamentos da fissura, como por exemplo um fissurómetro! Mas por lá não se vê absolutamente nada! Num ponto turístico já tinham retirado o bloco ou então colocado uma rede em aço para proteção contra a queda de pedras.
Pelos vistos, a junta de freguesia de São Gonçalo e a Câmara do Funchal precisam de presidentes que governem para os Madeirenses, o que passará indubitavelmente pelo JPP.
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Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 25 de Novembro de 2023
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