Como é que chegamos aqui?

A s organizações de carácter mafioso (no bom e no mau sentido), organizam-se em torno de um sistema de favores. Um aflito chega-se ao “Dom Corleone” local a pedir ajuda e, resolvido o problema, está em dívida para com este. A sua alma já não lhe pertence.

Quem tem uma data de nascimento mais antiga, recorda-se certamente do papel determinante do DN Madeira na oposição que se fazia ao Governo Regional de Alberto João Jardim. A família Blandy tornou-se o seu ódio de estimação e as notas de redação no JM sucediam-se ao ritmo das notícias que saiam no DN e que não agradavam ao sufragado ditador, pai da colossal dívida regional.

A tomada do poder por Miguel Albuquerque modificou este estado de coisas. Ao invés do confronto com os media os Renovadinhos começaram o aliciamento dos jornalistas com empregos bem pagos a jornalistas e familiares, os chamados técnicos especialistas, que ao longo dos tempos formaram uma espécie de Redação governamental cujo objetivo é o de branquear a ação do Governo.

Para complementar o ramalhete os dois principais grupos económicos regionais (AFA e Sousa) tomaram de assalto o capital social do DN e do JM. A mordaça final no jornalismo regional estava completa. A informação branqueada é a regra destes tempos nos media regionais.

Amordaçados pelo dinheiro do Mediaram (dinheiro do governo para “ajudar” os media regionais), vigiados pelos patrões, aconselhados pelos técnicos especialistas, os jornalistas da Região fecharam-se na concha da auto censura e fecharam os olhos e ouvidos a todas as arbitrariedades perpetradas pelo Governo Regional e as endinheiradas empresas amigas do regime.

Quem ousasse pensar fora da caixa (leia-se narrativa do poder) era colocado na prateleira da agenda do dia e nunca mais pisava ramo verde. 

Gozaram do JPP, impuseram-lhe silêncio mediático, inventaram cartas do leitor contra o único partido que consequentemente denunciava as jogadas politicas e económicas que marcavam o quotidiano regional. Até ameaçaram de morte o líder parlamentar Élvio Sousa. Afinal, a Camorra existe mesmo. É o sistema de favores e o silenciar de tudo o que não corresponde aos interesses do poder!

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 27 de janeiro de 2024
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