H á poucos minutos um camião despistou-se logo a seguir ao nó da Cancela no sentido Funchal - Santa Cruz. Segundo uma equipa do INEM, que por acaso se encontrava no local, não há feridos a registar, mas a Via encontra-se intransitável nos dois sentidos. O aparato do acidente provocou uma fila de 10 quilómetros que se estende desde a zona dos Viveiros até Machico.
O condutor do camião não quis prestar declarações aos jornalistas, mas um dos condutores que vive em Gaula assistiu a tudo e está convicto que o excesso de peso e a velocidade desmesurada na descida do Caniço foi a causa provável do despiste. A mesma testemunha adiantou que o camião - pertença de uma conhecida construtora da Madeira - capotou e despejou toda a carga sobre a via, criando uma nuvem de notas de 500 e 200 euros que se espalhou nos dois sentidos.
A mesma testemunha afirmou que não houve danos, quer humanos quer materiais a lamentar, mas que o problema foi o pânico que depressa se apoderou dos condutores mais distraídos que na altura circulavam na via nos dois sentidos. Mais de uma centena de condutores parou e saiu das viaturas a correr para apanhar as notas que voavam na estrada. Segundo muitas testemunhas, o pânico era de tal ordem que o Serviço Regional de Proteção Civil ativou o helicóptero de resgate, caso fosse necessário evacuar algum sinistrado por via aérea.
Outra testemunha no local garantiu que muitos condutores envolveram-se em escaramuças pela posse das notas que caíram do camião, tendo um sido mordido por um militante do CHEGA que afirmava que o dinheiro era do Partido.
O condutor do camião, que está a receber apoio psicológico, confessou às autoridades que o “chefe” lhe pediu para levar a carga para a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra para queimar e produzir energia limpa.
Como havia suspeitas de branqueamento de capitais, a Polícia Judiciária foi chamada ao local do acidente, mas já não encontrou provas ou indícios da existência de dinheiro, tendo concluído que o camião capotou por falta de gasóleo.