O genocídio da Madeira


Vejam se concordam comigo,
lugar onde se vive bem as pessoas não desaparecem.

V ivo num sítio do Funchal, em passo vigoroso a descer são 15 minutos para por os pés na baixa. Tenho alguns anos e vi pelo menos 40 deles na evolução do meu sítio. O curioso do meu sítio é que quando éramos supostamente mais pobres havia famílias e crianças, havia contactos pessoais, agora está completamente desfigurado. Gradualmente as pessoas foram morrendo, poucas famílias tinham crianças, no Verão havia emigrantes de férias e agora não há, as casas foram ficando sem ninguém, o sítio foi morrendo. Nas casas habitadas são agora dos últimos filhos das gerações, têm casa por herança, as outras estão fechadas, deitadas ao abandono ... ou à mercê da nova febre. Os remediados são por herança da casa para depois viver da miséria do vencimento. Senão eram mais pobres.

Neste momento vivo rodeado de obras, em permanência, umas atrás das outras, desde a Covid e perdemos o silêncio. Eu aceito obras, não aceito a incompetência das obras públicas que abrem uma e outra vez buracos, sem planificação e logo a seguir a um tapete de alcatrão fresco. Assim também se rouba, salamizando obras. Sem remédio, sequencialmente sem nunca acabar o barulho é a era das obras nas casas remediadas dos madeirenses que partiram, pequenas e o ideal para Alojamento Local. A parte boa é que o sítio ganha outra aparência, a parte má é que a língua portuguesa vai desaparecendo com os últimos madeirenses e isto parece um aldeamento turístico integral, toda a cidade está assim.

Daqui a poucos anos, este sítio deixará de ter história e histórias, será só memória de uma semana de férias. Esses, se ainda houver Correio da Madeira, dirão que são da era do povoamento, quando chegaram à ilha que só tinha indígenas, nativos, uns selvagens que foram colonizados pelo turismo massificado.

Os baixos vencimentos dos Donos Disto Tudo e um Governo Regional que governa para eles, estão na base do Genocídio da Madeira. Para alguns estúpidos deveríamos estar agradecidos pelo sucesso deles, o problema é que esse assistencialismo nunca foi dado ao madeirense para progredir, é pobre para ser escravo, para ter medo e ser mandado. Para se acanhar e se conformar. Ou desaparecemos sem procriar ou vamos embora sem voltar. A acompanhar isto estão os fracos serviços do Estado, na Saúde por exemplo.

Eu ainda estou para perceber se o defeito é nosso ou da UE, durante décadas deram dinheiro e nós somos menos e mais pobres, será que eles sabem que entregando dinheiro a latinos que estes acabam por vender até a própria mãe? Nós nunca tivemos inimigo externo, eles só nos deram dinheiro para nos desenvolver e o estado pagou duas falências à Madeira, temos Governo próprio e decidimos enriquecer poucos para empobrecer quase todos. Uma ilha tão pequena é fácil de Governar e ter uma classe média forte. Mas não interessa emancipação, interessa dependência. Eles conseguiram se aguentar décadas no poder com mentiras e a comprar "vendidos". É culpa própria e somos inimigos de nós mesmos, infelizmente há muita ignorância e desinformação que permite implementar narrativas.

A Madeira qualquer dia muda de nome para uma marca hoteleira, nunca será uma aldeia global, mas uma ilha privada como algumas nas Caraíbas sim. Ainda aparece um chinês ou um russo e faz uma proposta para comprar tudo e estes traidores são capazes de vender depois de ter concentrado tudo nos mesmos.

O madeirense está a sumir, há muito movimento, muita gente, parece um sucesso, mas não somos nós, são turistas e estrangeiros cá e lá. Está muito certo que o PSD não governa para madeirenses. A política quis-nos pobres para sermos domesticados, amestrados com os chavões do PSD, depois a comunicação social cria o entretenimento e a ilha de sucesso que cega.

Eu não posso deixar de ser uma pessoa revoltada, eu vou votar, não quero nada que continue o genocídio dos madeirenses pelo seu próprio Governo, portanto PSD e seus satélites não. O Chega não é confiável, estou indeciso entre a senhora do Livre, a JPP e o PS. Estou inclinado para a JPP, porque pensando bem, são os únicos que enfrentam DDTs, tiram o PSD do sério e deixam Albuquerque irritado. São mais do que isso, mas só para rebentar com o PSD do genocídio dos madeirenses fico satisfeito.

Pára um momento dentro de uma grande superfície e olha à tua volta, ouve. Olha para o trânsito nas estradas. Quantas vezes vês madeirenses e ouves madeirense?

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 22 de maio de 2024
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