A capa do DN Madeira traz na capa a notícia: 500 multas em 2 anos e meio no Areeiro. No desenvolvimento das notícias que fazem capa, o diário dá voz à PSP que critica quem a acusa de inércia. Bom, 2 anos e meio são 900 e tal dias. Portanto não chega a uma multa por dia. Perante as denúncias que surgem nas redes sociais quase todos os dias, é muito pouco.
Penso que não deve ser fácil para a PSP fazer o seu trabalho, quando sabemos que ao governo não interessa ver a PSP fazer o seu trabalho perante o caos instalado nas serras da Madeira.
Já havia turismo suficiente antes da pandemia. A Madeira já batia recordes. Mas era um turismo que não chateava os residentes. Eram afáveis, cumpridores e os preços não escaldavam nos restaurantes nem supermercado. Mas depois da pandemia aconteceu algo impensável para os residentes anos antes: a desordem total, o turismo de massa.
Andar na estrada é um calvário, porque as estradas não ganharam mais faixas de rodagem, há garagens obstruídas por carros de rent a car, há estacionamentos em linhas amarelas, curvas, é onde der. Ir ao supermercado é um suplício. Além dos preços terem aumentado, o tempo nas caixas é infindável. Nas levadas, o cheiro a urina é comum, bem como os lenços de papel. Já ninguém consegue tirar uma foto sem ter na paisagem um turista, já ninguém consegue ouvir o silêncio, já ninguém consegue respirar o ar da serra, porque no ar paira mistura de diversos perfumes e cigarro.
Estou farta deste tipo de turismo, estou farta de ter perdido qualidade de vida, pois demoro mais tempo a chegar ao trabalho, tenho de estar atenta sempre à minha condução, mas também à do turista que vai à minha frente ou vem atrás e como aquele faz as rotundas, perco tempo nas filas no supermercado e para entrar em parques de estacionamento. Estou farta de ter de me desviar constantemente nas levadas e nem conseguir usufruir de um passeio na minha própria ilha.
Farta, senhor "iluminado" do turismo.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 30 de junho de 2024
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