O saco das mentiras


O Élvio Sousa foi ao Representante da República tirar a limpo quem tinha mentido, para Miguel Albuquerque somar mais dois, ter 21 deputados com o CDS e ser convidado a formar Governo... porque até tinha apoio no Parlamento. Élvio Sousa não se descoseu à saída do Representante da República, mas atira: link. Quem mentiu ou não mentiu? Desde que não tenha apresentado por escrito, num processo Ad-Hoc, como fez com a recolha de ideias dos programas eleitorais sem consultar a oposição e obtendo apoio formal, Albuquerque acaba sendo mentiroso. Já ninguém põe a mão no fogo por Albuquerque, mesmo dizendo verdade, queimou a idoneidade. Mas, haverá mais mentirosos?

Vamos pela presunção da inocência, quem roeu a corda? Acho que hoje fica clarinho, foi o Chega. Na capa do JM aparece isto:

Porque Esquerda não, então Direita sim. Mas também pela natureza das gentes do Chega Madeira e pelo exemplo de André Ventura a mendigar lugares num governo nacional. Pessoal ou pelo partido, o Chega Madeira estaria naturalmente disponível para apoiar Miguel Albuquerque, o grande problema é a bandeira anti-corrupção de um partido corrupto na sua forma de financiamento ... o Chega. Havia que manter a face, porque o outro lado da moeda era a queda do Chega Madeira e Nacional, apoiando um acusado, que quando perder a imunidade a Justiça vem buscá-lo como fez a Calado, Farinha e Correia. Acredito piamente que a Opinião Pública provocou stress, mas sobretudo foi um referendo de que a foice da morte vinha a caminho do pescoço do Chega, o que faria o JPP crescer.

Pelos dados na mesa e unindo pontas, o Chega Madeira disse que sim a Albuquerque para apoiá-lo ao Representante da República, mas depois veio André Ventura de "chicote" para não apoiar. Houve confusões no Chega e o Gomes era para substituir o Castro, assim que alguém traísse. Era uma forma de apoio, apoiar e queimar o líder, mas a esteira de Castro nunca abandonaria o Chega Madeira. Todos recuaram, e o Representante da República acabou sendo um saco de mentiras de um Albuquerque ávido de imunidade e poder, para não perder a face, e de um Chega entalado.

Hoje a capa do JM diz muito, retirado o Programa do XV Governo Regional da Madeira para não ir a votos e não perder (o PSD continua a adiar a derrota), a arrogância pedante de Albuquerque é obrigada a chamar os partidos a ver se consegue um acordo e, quem quiser, verá inserido de forma oficial as suas exigências, porque agora Albuquerque já só quer imunidade e poder, mas depois, aquele caderno de intenções com um mentiroso ... logo se vê. O vínculo do Programa/ Orçamento é inferior a um acordo parlamentar, é que o primeiro são intenções sujeitas a semânticas e desvios ao longo do 4 anos, enquanto que ter a certeza de que alguém da oposição vota favoravelmente no Parlamento é sagrado.

Albuquerque ou vai pelo "bilhar grande" e tenta convencer de um a um na oposição, ou vai pelo atalho e fala com o André Ventura a ver se consegue um apoio firme. Mas, essa opção implica o Chega se queimar a nível regional e nacional para salvar Albuquerque. Estão entalados com as suas bandeiras e necessidades. O Chega Madeira sem solução lava as mãos e manda a batata quente para o líder do partido de uma pessoa só.

Penso que acabará tudo de forma insolúvel, ninguém se vai queimar por Albuquerque. A melhor solução é o PSD Madeira tirar o tapete a Albuquerque, com uma narrativa heróica de que lutou até ao limite das suas forças, a bem do partido, de que o partido foi vencedor e ele legitimado, o partido enche-o de palavras bonitas para sair rasteiro, mas cheio de elogios, com a ajuda da comunicação social, e procede à promoção de outro chefe do executivo para que o Chega possa apoiar sem perder a face (link). Albuquerque é Putin, meteu-se em encrencas e o imperialista não pode perder a face, é preciso uma narrativa.

Se o Chega aguentar mais um bocadinho salva-se, Miguel Albuquerque é que está cada vez mais concludentemente derrotado.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 21 de junho de 2024
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