A “armadilha” do Beto de «Broxelas» e a resposta devida

 

V ivemos numa terra onde se dá mais importância a quem diz a mensagem do que à mensagem em si mesma. Pois é mais fácil vilipendiar o mensageiro quando o conteúdo da mensagem exige espírito crítico e autocrítico; e quando quem vilipendia não está sequer interessado no bem de todos, apenas e só nos seus interesses pessoais e familiares.

Assim tem sido com a família do Beto de «Broxelas», com dois irmãos que foram secretários regionais (um da Economia, outro das Finanças - este último agora um vassalo do Luís Miguel Sousa - ou seja, nas áreas ligadas a dinheiro), nomeações essas que, segundo o que constava na altura (nos idos anos 80do século passado), tiveram o condão de inverter a ruína das empresas tecnicamente falidas dessa família.

Não conheço pessoalmente tal personagem, mas durante algum tempo cheguei a ler as suas crónicas de “non sense” na coluna «trim trim» (ou seria tin tin? ou então, na versão familiar aparentemente falida, tlim tlim?). Aquela que me ficou na memória foi a chamada «A Matança Sueca», que o próprio disse que protagonizou num encontro de Verão com umas turistas da Suécia e que, fruto dessa «cowboiada sexual», em as meninas engravidaram, os papás do Beto do Naval e do seu amigo tiveram que suportar financeiramente os abortos, prejudicando a «Balança de Pagamentos» do nosso País com tal saída de divisas... Este episódio e a forma fria como o mesmo foi descrito, como se as pessoas fossem descartáveis, diz tudo destes falsos elitistas: pois, para os mesmos, o dinheiro paga tudo.

O Correio da Madeira colocou na sua página de Facebook o «recado» aos anónimos, assinado pelo tal «Beto do Naval» (Naval do Funchal ou da Madeira?), que recupero como capa deste texto, o qual é uma espécie de direito de resposta que o DN/Madeira pós-ingleses não permitiria. Estando eu à vontade pois já escrevi, aqui e noutros lugares, assinando no final o meu nome.

Quero apenas partilhar a experiência de quem conhece o modo como a «Justiça» funciona (?) na Madeira e o real perigo que representa a quem dá a cara se fizer uma denúncia, mesmo que tenha documentos que comprovem, sem sombra de dúvida, os crimes.

Tem sido denunciado ao longo os tempos a promiscuidade entre o poder (trocando, muy justamente, as letras: podre) regional e os juízes e procuradores do Ministério (na Madeira: Mistério) Público que impede que, nesta terra, a Justiça seja feita. Muitos são magistrados oriundos de terrinhas em cascos de rolha que, de um momento para outro, quais parolos iludidos pelas luzes da cidade, são recebidos em Palácios (e outras festas privadas) e tratados como se à realeza pertencessem.

Os laços entretanto criados (espontaneamente ou por meios menos adequados que os levam a ter, como muitos maçons, «o rabo preso» …) impedem a verdadeira independência do poder judicial, numa chocante violação ao princípio da separação de poderes e que nenhum Procurador-Geral da República (com ou sem ‘gaguez’) quis resolver. Assim, os processos de corrupção ou são abafados, sem sequer se abrir inquérito, ou, se aberto o competente inquérito, são arquivados sem irem a julgamento.

Quem teve o azar de dar a cara e de denunciar alguns, acabou por ter como resposta contra si outros processos por difamação, interpostos pelos criminosos, na medida em que estes não foram condenados, pelo que os 'factos criminosos' não tiveram a oportunidade de serem dados como provados, precisamente por não terem sido publicamente julgados. 

A Justiça na Madeira (protagonizada, maioritariamente, pelos tais parolos de cascos de rolha iludidos com as luzes da cidade) tirou a venda dos olhos, dando razão ao que, um dia, o poeta Abílio Manuel da Guerra Junqueira escreveu:

«Vi a traição e a cobiça
Fazendo festins reais
No corpo nu da Justiça
À porta dos Tribunais.»

Porque não convém generalizar sob pena de se perder a razão, convirá sempre referir que os juízes e procuradores do Ministério Público que tentaram remar contra o sistema foram convenientemente transferidos «para a Metrópole». Os que ficaram calados... esses consentiram (e consentem) nesta pouca vergonha.

Do resultado desses festins promíscuos, quem acabou por ser condenado (injustamente) por difamação (o denunciante) ainda teve de indemnizar os (veja lá) criminosos de facto (não de Direito): esse dinheiro decerto serviu para pagar o custo dessas festas, a tal “economia circular” a funcionar…

Nesta medida, não foi por acaso que, com alguma lucidez (ou teria sido peso na consciência?), perante a pouca vergonha que grassava e grassa em Portugal (considerado há alguns anos por uma revista internacional como o 7.º País mais corrupto do Mundo em termos de percepção popular), alguém teve a brilhante ideia (sem ironia, desta vez) de permitir a apresentação on-line de denúncias anónimas por corrupção e de fraudes, no portal do Ministério Público. 

Paralelamente, numa reorganização de competências, foi criado um Departamento CENTRAL de Investigação e Acção Penal, o qual chama a si (se entender) todos os processos de corrupção sem necessidade de, sobre os mesmos, incidir a chamada competência territorial. Ou seja, um processo em Braga (terra do Custódio dos cogumelos negros da nossa cidade) não tem de ser necessariamente dirigido pelo magistrado do Ministério Público da comarca de Braga, pode ser conduzido em Lisboa.

Foi graças a esta medida que Pedro Calado, o seu patrão Avelino Farinha e o ‘satélite’ Custódio Correia foram ouvidos em Lisboa e não na Madeira, onde tudo ficaria (uma vez mais) abafado. Será caso para dizer que a “operação Zarco”, a ser investigada na Madeira, certamente transformar-se-ia, qual passo de mágica (ou mão de um rei Midas), numa “moeda Zarco” da FLAMA, distribuída pelos promíscuos.

Curiosamente, a desconsideração do despacho do Ministério Público foi realizada por um Juiz que terá tido ligações à Madeira. Do mesmo modo terá actuado o Juiz madeirense Ivo Rosa relativamente ao Ministério Público (numa prestação televisiva de bradar aos céus), na instrução do processo de José Sócrates, mas que viu, mais tarde, o Tribunal da Relação passar-lhe um atestado de incompetente (para não dizer outra coisa). De igual modo se espera a mesma atitude na “operação Zarco”.

Estes dois “instrumentos” têm permitido [a quem (como os contribuintes) sustenta o Estado, as Regiões Autónomas, os Municípios, os Institutos Públicos, as Empresas Públicas ou de capitais públicos e outros organismos de duvidosa existência justificada] denunciar e ver investigadas situações que suscitam, no mínimo, fundadas suspeitas. Assim se têm descoberto casos que incomodam os oligarcas, eus vassalos políticos e as seitas que dominam todos os Partidos políticos. 

Se quem denuncia anonimamente tivesse a certeza de que o processo seguiria até o fim (até às barras dos tribunais, como se costuma dizer) então não haveria problemas em dar a cara. Sucede que o sistema está (ou continua) viciado. É bom pedir aos outros que tenham coragem quando quem desafia sabe que tem este sistema 'anquilosado' do seu lado.

O mesmo se passa com as denúncias anónimas (a maioria, não todas, pois já vi pessoas a identificar a autoria do seu artigo) no Correio da Madeira. Pode haver situações denunciadas que não sejam crime em si mesmas: são críticas sociais, políticas, económicas, culturais, mas todos sabemos que, aqui, neste rochedo, quem dá a cara ou mostra sentido crítico acaba por ser penalizado nos bastidores e ostracizado pelos próprios familiares. Pois ousa sair do rebanho de crentes que não vê as ovelhas ‘ranhosas’ que naquele manda.

Daí que queira alertar aqueles que escrevem sob o anonimato para que não se iludam com o desafio (armadilha) de se identificarem, pois, como acima tentei descrever um pouco dos meandros, o sistema está manifestamente viciado, protegendo os «criminosos». A tal justiça dos ricos. Que nos querem “comer e calar”, perdoe-se-me a expressão.

Já agora, de modo a que os assuntos não fiquem no Correio da Madeira como um «muro de lamentações», se achar que os que sejam do seu conhecimento merecem uma análise por parte do Ministério Público, utilize o respectivo portal e apresente a sua queixa, juntando a documentação que tiver: https://simp.pgr.pt/dciap/denuncias/index2.php

Não se intimide com vozes de burro que não chegam a… «Broxelas» (nem a … São Roque, local para onde parece que terá derivado a «matança» …), na certeza de que a Madeira de todos e o País a que pertencemos (para desespero dos traidores 'flamistas') agradecem.

Uma nota "sociológica": quando os próprios não têm noção dos seus actos nem decoro pessoal [por exemplo, como o (en)comendador Berardo, o Padrinho] ou vergonha na cara, é natural que se sujeitem à crítica e à sátira social, em especial da parte daqueles para quem a vida não vale tudo nem o dinheiro será a única razão para viver. O problema é que o sentido de humor na Madeira gera... processos crime.

Desafio ao Beto de «Broxelas»: não falando obviamente por esta plataforma de actualidade regional comentada, obviamente que o Correio da Madeira iria permitir que os visados exercessem o seu direito de resposta, apresentando a sua versão. Não o fazendo (como na GESBA ou na questão do gás) apenas contribuem para adensar as suspeitas em redor da promiscuidade que muitos pressentem mas ninguém desmente. Dizer que são criadas falsidades sem sequer identificá-las é deveras elucidativo. E indigno. Como no 'affair sueco'.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 14 de julho de 2024
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