A Ilusão de Comunidade: A Cultura de Autopreservação da Madeira


A Madeira, uma ilha paradisíaca, tornou-se uma gaiola dourada de superficialidade e interesse próprio. A fachada de cordialidade e hospitalidade mascara uma realidade assustadora de oportunismo e indiferença.

Eu sou um fantasma nesta suposta comunidade. Rodeado de conhecidos, mas profundamente sozinho, apercebi-me da natureza transacional da maioria dos relacionamentos. As reuniões sociais são mercados, não momentos de ligação genuína. Cada sorriso é um investimento calculado, cada convite um pedido velado.

A hierarquia da ilha é rígida. Os que estão no poder, as chamadas “pessoas importantes”, são os criminosos mais flagrantes. A sua empatia é tão superficial como os folhetos turísticos. Deleitam-se sob os holofotes do sucesso, mas desaparecem quando as sombras da adversidade se aproximam. A sua preocupação não é com o indivíduo, mas com a preservação da sua própria imagem dourada.

Esta cultura de autopreservação apodreceu o núcleo da nossa sociedade. A confiança, que já foi a pedra basilar da comunidade, é agora uma relíquia frágil. As pessoas são mercadorias, valorizadas apenas pela sua utilidade. Quando o seu valor diminui, o mesmo acontece com o seu significado.

Estamos presos num ciclo de superficialidade, prisioneiros do nosso próprio medo da vulnerabilidade. Usamos máscaras de contentamento, enquanto as nossas almas definham no isolamento. Esta não é a Madeira que anseio, um lugar onde a humanidade, a compaixão e a ligação genuína prosperam.

É tempo de quebrar a ilusão. Devemos expor o vazio que existe sob o verniz da prosperidade. As nossas vozes, unidas na frustração e na desilusão, podem tornar-se um catalisador para a mudança. Devemos exigir autenticidade, empatia e uma sociedade onde cada indivíduo seja valorizado e não apenas tolerado.

Madeira, é tempo de despertar.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça feira, 23 de julho de 2024
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