Um discurso retórico contra a mediocridade intelectual


D izem que o escritor que atende aos tolos tem sempre uma multidão garantida. Um negócio lucrativo, aparentemente, construído nas costas dos intelectualmente vagos. É um jogo cínico, favorecer o mínimo denominador comum. Um insulto calculado à inteligência humana, disfarçado de entretenimento.

Será um reflexo da nossa apatia colectiva ou um sintoma de um mal-estar social mais profundo? Esta epidemia de preguiça intelectual, onde a profundidade é sacrificada pela distração, é um enigma desconcertante. É como se tivéssemos trocado coletivamente a curiosidade pelo conforto, o pensamento crítico pelo clickbait.

Os teóricos da conspiração sussurram sobre um grande esquema, um emburrecimento deliberado das massas para manter o controlo. Seja paranóia ou profecia, é difícil ignorar o padrão: soluções simples para problemas complexos, indignação com as nuances e uma aversão geral a qualquer coisa desafiante.

É um circo do absurdo, onde a ginástica intelectual é substituída pelo malabarismo verbal. Um banquete para a mente fraca, onde a ignorância é celebrada com alegria. Tornámo-nos uma região de ovelhas, contentes por pastar no equivalente mental do fast food.

Está na hora de acordar. Exija mais da sua comunicação social. Desafie o status quo. Rejeite a mediocridade intelectual que nos está a ser imposta pela força. Vamos recuperar as nossas mentes e exigir conteúdos que estimulem, não sedativos. Afinal, uma sociedade que valoriza a ignorância é uma sociedade condenada a repetir os seus erros.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 10 de Agosto de 2024
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