Exma. Senhora Presidente da Comissão para a Igualdade e a Inclusão da Universidade da Madeira,
Dra. Cristina Pinheiro,
G ostaria de expressar uma crítica contundente à metodologia seguida para o levantamento de percepções de igualdade e discriminação entre os docentes da Universidade da Madeira (UMa), que, ao que tudo indica, não passou pelo crivo de uma comissão de ética. Em qualquer instituição pública séria, sobretudo numa universidade, é inadmissível que um estudo com esta sensibilidade avance sem uma avaliação ética formal, expondo os participantes a questões potencialmente pessoais e delicadas sem as devidas garantias de proteção.
A natureza dos temas tratados exige uma abordagem rigorosamente ética, que não deveria ser descartada por conveniência ou pressa. Ignorar a avaliação da comissão de ética não só representa uma falha no cumprimento das boas práticas de investigação, como transmite uma imagem de amadorismo e falta de respeito pelos próprios participantes. A omissão deste processo formal mina a confiança dos docentes na imparcialidade e seriedade do estudo e levanta sérias dúvidas sobre o tratamento dos dados e a verdadeira finalidade desta recolha de informações.
Além disso, o recurso a um questionário sem a devida revisão ética sugere uma abordagem institucional que privilegia a facilidade em detrimento da transparência e da responsabilidade. A participação dos docentes em estudos sensíveis deve sempre ser precedida pela certeza de que as suas respostas serão protegidas e tratadas com rigor científico e ético — algo que uma comissão de ética teria como função garantir.
Insto, assim, a Universidade da Madeira a rever urgentemente os seus procedimentos, tratando a avaliação ética como um pré-requisito obrigatório para qualquer estudo desta natureza.
Um observador de ciência atento
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 14 de Novembro de 2024
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