Assinar o quê?


D ecorre neste momento duas campanhas de assinaturas nos dois matutinos regionais, a publicidade é agressiva, mas pouco importa quando deveriam ser portadoras de notícias de largo espectro e até contra o Governo Regional, mas isso não acontece. É degradante observar o trabalho que podem desenvolver desde Lisboa, sobre a corrupção por exemplo, e aqui mesmo, na Madeira, os nossos jornais nada arriscam, mostrando como estão vergados ao poder para poder existir e aos interesses dos seus proprietários, oligarcas com vastos interesses a defender.

Um jornal deve dar prazer de se o ter, entusiasmar, percebermos a valia do trabalho, percebermos que as pessoas estão comprometidas com a verdade e não nos revoltar por estarem a urdir uma narrativa. Um jornal não deve estar cheio de "palha" e "fait divers". Vou descrever um pouco do que não gosto de ver:

  • As "não notícias", textos para marcar presença ou que tornam expedientes em notícia. O precedente foi aberto há muito, mas cada vez mais só temos disto, uma agenda de propaganda, onde se rodam os superlativos do Governo e os Governantes em promoção. Os jornais recebem dinheiro por isto, mas mata o produto.
  • Não gosto de ver permanentemente as elites destacadas, por tudo e por nada, parecem ser tantas e vaidosas que não há espaço para outros registos.
  • Não gosto dos ídolos explorados para cegar o povão, alimentar um orgulho no que existe quando quase tudo deve ser mudado, estamos a marcar passo porque interessa a meia dúzia. Somos antiquados e atrasados em muitas áreas porque convém à meia dúzia.
  • Detesto ver longas exposições em Fact-Check que mais não são do que a construção parcelar de uma verdade para dar o resultado desejado. São no jornalismo da Madeira os Estudos de Impacto Ambiental para suportar as obras, em vez de avaliar com imparcialidade, no Governo Regional.
  • Não gosto da maioria das edições de Domingo do DN-M, muitas vezes são acertos de contas, reações contra aqueles com quem têm diferendos, não gosto dos destaques que antigamente tinham uma polaridade positiva ou negativa e que agora são tão ambíguos. Não gosto que sejam os próprios jornalistas a comentar as suas notícias ou momento, muitas vezes encomendas do GR. Parece que não existe opinião pública.
  • Não gosto da maioria dos comentadores, reconheço o esforço por melhorar, mas o problema é que não mudam os piores, parecem intocáveis, normalmente políticos em causa própria e não gente que avalia de forma independente.
Chegamos a ver aqueles que são independentes a serem afastados ou colocados a fazer trabalhos menores, onde não atinjam determinadas áreas do GR. Como também vemos jornalistas fixos nos interesses do regime, sem capacidade critica, a escrever em favor de não sei o quê? É pessoal?

Vejo gente muito fraca na Governação quando comparadas com antecessores. Agora tudo é propaganda, tanto que os gurus vão para Bruxelas fazer lóbi, quando a Madeira vai deixar de decidir onde usa os dinheiros vindos da Europa.

As rusgas, a corrupção, a dependência, as empresas que organizam eventos e tratam de boas notícias nas empresas jornalísticas, os comentadores escolhidos, etc, denunciam uma má era do jornalismo na Madeira. Nunca foi bom, mas também nunca foi esta desgraça. O dinheiro de uma assinatura dá para ajudar no mês, nas compras de supermercado, um jornalismo vazio colhe a sua própria desgraça, e reparem que ao estarem ao lado do GR esquecem-se de que a classe média, exaurida, seria a melhor clientela, paga mas não "cobra".

Depois de toda esta lata "chamam os madeirenses a cooperar com a informação com rosto", depois de tanto esconderem dos madeirenses e dos leitores notícias importantes e não fazerem jornalismo de investigação numa terra destas. Escolhi ser anónimo, disse-vos alguma mentira? Os proprietários dos jornais desta região, entre outros, são os maiores responsáveis pela eliminação da classe média na Madeira, essa que se o produto não fosse inquinado poderiam assinar jornais. Mas querem tudo e o reverso da medalha é a falta de dinheiro nas famílias e de crédito nos jornais.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira
, 6 de Novembro de 2024
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