100 anos: de "fraude" a "traição à Pátria"?

A propósito da homenagem, neste dia 6 de Dezembro, do parlamento português a um actor principal do "socialismo de caviar" [que, por exemplo, numa digressão à Índia, enquanto presidente da república, onde até andou em cima de elefantes, fez os contribuintes gastarem o equivalente a 2 milhões e quinhentos mil euros - 1 milhão de contos na moeda antiga - com os custos da imensa comitiva que levou atrelado a si], como se fosse pretendido branquear a sua imagem, de entre vários livros que o acusam de várias tropelias [desde o tempo em que ele era advogado do general Humberto Delgado, onde há um livro chamado "Acuso" a respeito da morte deste, até ao livro "Contos Proibidos - Memórias de um PS desconhecido", de Rui Mateus, o qual teve de fugir para a Suécia devido a ameaças à sua vida e muitos dos exemplares ainda disponíveis para venda foram retirados de circulação] surgiu uma obra literária, muito bem fundamentada, do jornalista e investigador Frederico Duarte Carvalho que, após exaustiva consulta aos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, recolheu informação oficial que, no fundo, comprova a interferência em Portugal de um grupo globalista, chamado Bilderberg, e que muita gente (a mesma que acredita na ciência como se esta fosse uma... religião) considerava o produto de uma teoria de conspiração e que desmascara o que estes políticos (de braço dado com o poder económico) andam a fazer.

O livro de Frederico Duarte Carvalho, editado em 2016 (cuja leitura recomendo vivamente, passe a publicidade), tem uma parte que elenca todos os portugueses convidados às reuniões anuais desse grupo, indicando, após tais presenças, os lugares que passaram a ocupar no sistema que, em Portugal, muitos ainda chamam... "democracia".

Uma nota sobre este autor: quando investigou o assassinato de Sá Carneiro em Camarate, a 4 de Dezembro (e que a Antena 1 insiste em chamar "acidente"), Frederico (que conheço pessoalmente desde 2011 e chegou até a ser visita cá de casa) perdeu o seu emprego de jornalista e ficou mais de 3 décadas sem conseguir voltar à redacção de um jornal. Viveu fundamentalmente como free-lancer de publicações internacionais.

Cito, com a devida vénia, os últimos dois parágrafos (repartindo as frases para melhor leitura), para quem ainda anda iludido com ideologias e para quem não queira morrer ignorante:

«Quando hoje se pergunta como foi possível que um pequeno país com apenas 10 milhões de habitantes tenha dado ao mundo, nos últimos 10 anos, um presidente da Comissão Europeia e um secretário-geral da ONU, temos de nos lembrar que esse feito é também o resultado do trabalho de uma ORGANIZAÇÃO PARALELA À DEMOCRACIA e que se chama Grupo Bilderberg.

Durão Barroso e António Guterres são nomes de dois políticos portugueses que figuram nas listas dos convidados dos «Senhores do Mundo» desde o início da década de 90.

Outros portugueses igualmente famosos no mundo, como o treinador José Mourinho e o jogador Cristiano Ronaldo, tiveram suar e lutar nos campos de futebol para mostrar de forma categórica ao público as vitórias que lhes permitiram vencer campeonatos em Inglaterra, Itália e Espanha. Ronaldo e Mourinho são nomes que merecem um reconhecimento profissional pelo seu ofício.

Sobre Barroso e Guterres, vemos que ambos os ex-primeiros-ministros não precisaram de apresentar Portugal como um país exemplar, com contas equilibradas, sem dívida pública galopante e com um bom nível de qualidade de vida, de modo a serem elevados a altos cargos do campo da política internacional. Algumas qualidades devem ter, contudo não são evidentes aos olhos da maioria dos portugueses. São, ainda assim, qualidades mais do que suficientes para merecerem a confiança de quem os escolheu para aqueles cargos. E ISSO DEVERIA PREOCUPAR o mundo e o rumo que ele anda a tomar.

Se o Grupo Bilderberg está mesmo preocupado com o rumo do mundo, então anda a falhar. Os seus membros são uns incapazes. [...]. O que vemos hoje é resultado de erros sobre erros de pessoas, às quais, como avisou Marshall McLuhan, falta a visão artística e poética do mundo. Os participantes dos encontros [Bilderberg] não querem enfrentar a realidade [um pouco como acontece nestes dias na Quinta das Angústias, nota nossa]. Procuram antes esconder os seus erros e avançam a olhar pelo espelho retrovisor na direcção de um enorme «pântano» mundial saído das salas de hotel onde todos os anos se reúnem durante um fim-de-semana.

A rede de amizades e de interesses políticos dura há muitos anos em Portugal. Veja-se como neste exemplo: Em Maio de 1990, quando António Guterres participou no seu primeiro encontro do Grupo Bilderberg, era o líder de bancada do PS na Assembleia da República, onde fazia oposição ao primeiro-ministro social democrata Cavaco Silva, que governava Portugal com maioria absoluta desde 1987. O secretário-geral do PS era então Jorge Sampaio, recém-eleito presidente da Câmara da Lisboa numa corrida eleitoral que o levou a defrontar e a derrotar o candidato do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa. Sampaio, por sua vez, participara no Grupo Bilderberg no ano anterior à estreia de Guterres, quando esteve em La Toja, Espanha, em 1989. Sampaio viria a ser eleito presidente da República em 1996 e Marcelo é hoje o Presidente da República. Não há maneira de escapar, a não ser dizer-lhes: "Eu Sei Que Você Sabe" [título de outro livro do autor que desmascara muitas situações políticas portuguesas].

Por fim, ao escolher com a editora as fotos que iriam ser usadas na capa e contracapa deste livro, optámos por destacar os portugueses que mais se evidenciaram, em termos internacionais, via Bilderberg: Barroso e Guterres [nota nossa: se fosse um livro de humor, o título poderia ter sido. "Um Cherne no Pântano"...]. Na contracapa está A RAIZ DO PODER que lhes foi entregue. É o aperto de mão a Henry Kissinger do presidente Mário Soares, com Pinto Balsemão [representante permanente do Grupo Bilderberg durante longos anos], esfíngico, no meio de ambos. É uma fotografia histórica, feita durante a recepção aos membros permanentes do Grupo Bilderberg, no jantar oferecido pela presidência da república portuguesa, no Palácio de Queluz, no dia 17 de Novembro de 1988. Há ainda todo um simbolismo nessa imagem assinada por Acácio Franco - um dos grandes nomes da fotografia nacional com quem tive a honra de trabalhar no Taç&Qual e 24Horas.

Soares, que embora nunca tenha sido convidado do Grupo Bilderberg [ao que sabe, pois sempre houve convidados que não constavam das listas oficiais], foi uma das pessoas que mais contou com o apoio do grupo no início da luta democrática [esse apoio está explicitado no já referido "Contos Proibidos - Memórias de um PS Desconhecido", de Rui Mateus]. E foi fundador do PS. Ao seu lado está o fundador do PSD, Pinto Balsemão, membro permanente [do Grupo Bilderberg]. Estão em Queluz, palácio real, mas são republicanos. Balsemão até é descendente de reis [mas não precisou da monarquia pois que reinou à vontade]. ENTREGAM Portugal a Kissinger e ao seu poder de Bilderberg. Essa entrega tem um nome. E eu sei que vocês sabem que nome é esse [Traição à Pátria?...].

Este é o livro que vos dou. Agora, façam bom uso dele e, depois, não digam que não fomos avisados. Eu fiz o meu trabalho, ou seja, tentei. Ao menos tentei. Porto 11 de Outubro de 2016.»

Para os "camaradas" e "companheiros" que desconhecem quem foram os vossos correligionários presentes nas reuniões anuais destes "capangas globais" - e vejam onde os mesmos estão agora (pelo menos os vivos) - eis a lista (até 2016) jamais divulgada pela comunicação [omissão] social portuguesa... ou até mesmo a madeirense:

Rui Ennes Ulrich - 1956 (Dinamarca)
Manoel Sarmento Rodrigues - 1959 (Turquia), 1960 (Suíça)
Marcello Mathias - 1962 (Suécia), 1963 (França)
Manuel Ribeiro Espírito Santo Silva - 1966 (Alemanha), 1972 (Bélgica)
Alberto Franco Nogueira - 1967 (Reino Unido), 1968 (Canadá), 1970 (Suíça), 1972 (Bélgica)
José Medeiros Ferreira - 1977 (Reino Unido), 1980 (Alemanha)
Vítor Constâncio - 1978 (EUA), 1979 (Áustria), 1988 (Áustria)
Francisco Pinto Balsemão* - 1981 (Suíça), 1983 (Canadá)

* Membro permanente desde 1983, tendo faltado apenas ao encontro de 1986. Anunciou em Maio de 2015 que iria deixar tal "cargo", tendo proposto para o seu lugar o nome do ex-primeiro-ministro e antigo presidente da comissão europeia, José Manuel Durão Barroso.

José Luís Gomes - 1981 (Suíça), 1983 (Canadá)
Rogério Martins - 1982 (Noruega), 1983 (Canadá)
Alexandre Vaz Pinto - 1982 (Noruega)
Bernardino Gomes** - 1983 (Canadá)

**Fundador do PS

André Gonçalves Pereira - 1984 (Suécia)
Emílio Rui Vilar - 1984 (Suécia)
José Manuel Torres Couto*** - 1985 (EUA)

*** Secretário-Geral da UGT [um sindicalista no meio de capitalistas...]

Ernâni Lopes - 1985 (EUA)
Artur Santos Silva - 1986 (Reino Unido), 1999 (Portugal)
Leonardo Mathias - 1986 (Reino Unido)
José Eduardo Moniz - 1987 (Itália)
Fernando Faria de Oliveira - 1987 (Itália), 1993 (Grécia)
Francisco Lucas Pires - 1988 (Áustria)
Rui Machete - 1989 (Espanha)
Jorge Sampaio - 1989 (Espanha), 1999 (Portugal)
António Guterres - 1990 (EUA), 2005 (Alemanha)
João de Deus Pinheiro - 1990 (EUA)
Carlos Monjardino - 1991 (Alemanha)
Carlos Pimenta - 1991 (Alemanha)
António Barreto - 1992 (França)
Roberto Carneiro - 1992 (França)
Nuno Brederode dos Santos - 1993 (Grécia)
José Manuel Durão Barroso**** - 1994 (Finlândia), 2003 (França), 2005 (Alemanha), 2013 (Reino Unido), 2015 (Áustria)

**** Membro permanente desde 2015, por indicação de Francisco Pinto Balsemão, tendo o direito de indicar dois convidados para cada reunião anual.

Miguel Veiga - 1994 (Finlândia)
José Cutileiro - 1995 (Suíça)
Luís Mira Amaral - 1995 (Suíça)
Maria Carrilho - 1995 (Suíça)
António Vitorino - 1996 (Canadá), 2004 (Itália), 2015 (Áustria)
Margarida Marante - 1996 (Canadá)
Ricardo Espírito Santo Silva Salgado - 1997 (EUA), 1999 (Portugal)
António Borges - 1997 (EUA), 2002 (EUA)
José Manuel Galvão Teles - 1997 (EUA)
Vasco Pereira Coutinho - 1998 (Reino Unido)
Miguel Horta e Costa - 1998 (Reino Unido)
Marcelo Rebelo de Sousa***** - 1998 (Reino Unido)

***** actual presidente da república e antigo colaborador do "Expresso" de Pinto Balsemão

Joaquim Ferreira do Amaral - 1999 (Portugal)
João Cravinho - 1999 (Portugal)
Marçal Grilo - 1999 (Portugal)
Vasco de Mello - 1999 (Portugal)
Murteira Nabo - 1999 (Portugal)
Nicolau Santos****** 1999 (Portugal)

****** é esta personagem, suposto jornalista, que está, agora, ligada ao "repensar" da comunicação social em Portugal...

Teresa Patrício Gouveia - 2000 (Bélgica)
Guilherme de Oliveira Martins - 2001 (Suécia)
Vasco Graça Moura - 2001 (Suécia)
Elisa Ferreira - 2002 (EUA)
Eduardo Ferro Rodrigues - 2003 (França)
Pedro Santana Lopes - 2004 (Itália)
José Sócrates - 2004 (Itália)
Nuno Morais Sarmento - 2005 (Alemanha)
José Pedro Aguiar Branco ******* - 2006 (Canadá)

******* actual presidente da assembleia da república

Augusto Santos Silva******** - 2006 (Canadá)

******** anterior presidente da assembleia da república

Leonor Beleza - 2007 (Turquia)
Rui Rio - 2008 (EUA)
António Costa - 2008 (EUA)
Manuela Ferreira Leite - 2009 (Grécia)
Manuel Pinho [conhecido por EDP...inho] - 2009 (Grécia)
Teixeira dos Santos - 2010 (Espanha)
Paulo Rangel********* - 2010 (Espanha)

********** actual Ministro dos Negócios Estrangeiros e, pelos vistos da Defesa, já que vai à reunião da NATO, quando à mesma deveria ir Nuno Melo...

António Nogueira Leite - 2011 (Suíça)
Clara Ferreira Alves - 2011 (Suíça) - esta "pluma caprichosa", assalariada de Balsemão, nunca falou sobre esta sua experiência...
Luís Amado (supostamente ligado ao Grupo do Éden, do PS/Madeira) - 2012 (EUA)
Jorge Moreira da Silva - 2012 (EUA)
Paulo Portas - 2013 (Reino Unido)
António José Seguro - 2013 (Reino Unido)
Paulo Macedo - 2014 (Dinamarca)
Inês de Medeiros - 2014 (Dinamarca)
Maria Luís Albuquerque - 2016 (Alemanha)
Carlos Gomes da Silva (Galp) - 2016 (Alemanha)

Estes "convidados" [cujas presenças internacionais não constam nos respectivos currículos...], desde 1983, são ou foram "a rede" de, respectivamente, Durão Barroso e Pinto Balsemão.

Temos presentemente a ocupar a presidência de um órgão de soberania (a suposta casa de Democracia; ou será que quem manda é a CIA?) alguém que nunca foi publicamente confrontado com a sua presença nessa reunião anual nem sobre o teor dos temas na mesma versados. É este o tipo de "transparência" pretendida; e talvez a explicação para a "diabolização" e combate às redes sociais (menos quando eles as utilizam...), para que tudo fique "no segredo dos deuses".

Andamos a pagar taxas, taxinhas e impostos para "alimentar" e ajudar esta gente a aumentar a dívida pública...

Em 2010 denunciei este Grupo internacional no âmbito de um movimento chamado Cidadania Pró-Activa que alcançou mais de 25.000 pessoas e que, até, foi expressamente elogiado pelo actual Director do DN/M (no "período Blandy"; tenho o recorte do artigo que me dedicou), antes de ser por este "ostracizado" (para não dizer "censurado") em 2019 ("pós Blandy").... O blogue foi apagado e as contas de e-mail e facebook anuladas (só não conseguiram apagar a marca, pois esta fora, em tempo, registada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial).

E ainda falamos em liberdade de expressão? Talvez só no papel e em plataformas como as do Correio da Madeira, a quem agradeço a atenção dispensada.

Pedro Marques de Sousa

P.S. - Quem quiser ter acesso ao livro - de real interesse público - e "iluminar-se" um pouco mais (além das iluminações estéreis e dispendiosas desta quadra festiva) poderá consultar o www.planeta.pt

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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