E m tempos de convulsão política na Madeira, a recusa de Manuel António Correia em ser o número dois de Miguel Albuquerque na lista do PSD para as eleições regionais de 23 de março surge como um marco de integridade e coerência raramente visto no panorama político atual. Numa altura em que a liderança do PSD regional se encontra fragilizada por escândalos e divisões internas, Manuel António não só rejeitou um cargo de destaque como também recusou a promessa de vir a ser o futuro vice-presidente do governo, com a possibilidade de suceder a Albuquerque antes do final do mandato.
A proposta, embora aparentemente vantajosa, mais se assemelhava a um presente envenenado. Aceitá-la teria facilitado, sem dúvida, o caminho de Manuel António até ao poder, mas a que custo? O custo de trair os seus princípios, os seus apoiantes e todos aqueles que se opõem a uma governação assente no compadrio e na corrupção. Ao dizer “não”, Manuel António Correia não apenas preservou a sua integridade, mas também se posicionou, de forma inequívoca, como o rosto do futuro do PSD e da governação na Madeira.
Miguel Albuquerque, ciente da sua fragilidade política e judicial, procurava não apenas reforçar a sua lista eleitoral, mas também garantir uma transição controlada. A promessa de afastar-se antes do final do mandato para abrir caminho a Manuel António era, na prática, uma tentativa de perpetuar um ciclo de poder sob nova fachada. Mas Manuel António Correia soube ver além do imediatismo político. Recusou os "tachos" e os cargos oferecidos, afirmando que não trocaria as suas ideias e princípios por conveniências de curto prazo.
Essa decisão confere-lhe agora uma aura de seriedade, humildade e coerência que contrasta fortemente com a degradação ética associada à atual liderança do PSD. Se tivesse aceitado, Manuel António talvez chegasse mais depressa ao poder, mas perderia a confiança daqueles que nele veem uma alternativa genuína à política do “salve-se quem puder”.
O silêncio estratégico que adotou desde então — ao congelar a sua participação política até após as eleições — reforça ainda mais essa imagem de estadista responsável. Ao recusar ser usado como instrumento de uma estratégia política condenada à suspeita, Manuel António Correia não apenas salvaguardou o seu nome, mas também ofereceu uma nova esperança a todos os que acreditam numa Madeira governada com transparência, mérito e respeito pelos valores democráticos.
Neste cenário, torna-se cada vez mais evidente que, independentemente dos resultados eleitorais de 23 de março, Manuel António Correia já se posicionou como o verdadeiro líder moral do PSD Madeira. A sua recusa não foi um ato de fraqueza, mas de força e visão. E, ao manter-se fiel aos seus princípios, tornou-se, indiscutivelmente, o rosto do futuro da governação na Madeira. Um futuro que, se guiado pelos valores que agora defende, poderá finalmente romper com o ciclo de compadrio e corrupção que tanto tem manchado a política regional.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 23 de fevereiro de 2025
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