J ardim. Certamente que os seus mandatos tiveram muitos defeitos para apontar, mas quando se compara com esta era do PSD, está a anos luz. A geração de Jardim tinha "savoir faire", esta é mais prepotente, à bruta e em soberba. Certamente Jardim não soube sair, mas comparado com este agarrado também estamos falados. Se formos à função pública, Jardim não foi um santo, mas o que se vê agora de perseguições, exonerações, vinganças, assédios e não renovação de destacamentos aos próprios militantes do partido é vergonhoso. Quantos têm necessidade de meter baixa por não aguentar?! Se isso acontecia nas eleições internas a 6 seria um "partidocídio"? O partido não tem democracia e liberdade de expressão? Não, e nota-se isso nos seguidores que imitam. É o nascimento da intolerância.
No tempo de Jardim havia oportunistas, os chamados chulos do sistema, mas nada que se compare ao que chegamos nos nossos dias, certamente a robustez ou fraqueza do líder determina, mas também porque se juntam novos e velhos chulos do sistema.
No tempo de Jardim houve até um partido, agora extinto, com elementos de malhava, malhavam e malhavam, uns honram esses tempos, mas outros, neste tempo de Albuquerque, muito pior do que no tempo de Jardim, já acham bem. Ao vermos os que criticavam Jardim agora juntos pelo poder de Albuquerque, concluímos que para eles não havia nada errado com Jardim, era só retórica e não defesa de valores, porque imitam-no para pior, o que queriam era o seu poder. Hoje em dia, desses, há vendidos ao mesmo PSD que, estando muito pior, com arguidos e a contas com a justiça, que acham estar tudo bem e assobiam para o lado. Os motivos antigos para a mudança não eram altruístas.
Parece que a natureza do mal tem a mesma génese, sentido de propriedade do poder no decorrer de 50 anos, mas que as pessoas, através as sucessivas gerações, têm se tornado ... piores pessoas. Estamos numa era do ter e parecer não do ser com valores, a luta pelo lugar ao sol e pelo bom vencimento tornou-se numa luta onde vale tudo e não importa olhar para si, ver se tem qualidades, mentalidade e formação para o posto. Quando não têm martela-se e muda-se a orgânica.
Faz-me impressão que, hoje em dia, haja tantos que naquela altura vendiam moralismo, ética e valores mas que, finalmente, próximos ou envolvidos no poder, considerem normal o que se está a passar e ameaçam ainda mais do que noutros tempos. As armas são sempre medo e ameaças, que cada vez resulta menos porque as pessoas estão calejadas, têm pouco a perder ou ultrapassaram a tolerância e a condescendência. É preciso dizer que estamos num tempo onde não existe dignidade, tudo se resolve com vitória ou derrota, permanência que verga, determina que mesmo errado e acusado, se ganhar, passa-se uma esponja. Mas o que dizer disso quando já vamos por segunda vez com a mesma estratégia?
As próximas Regionais definem o eleitorado que temos e a sua evolução, se normalizam o crime e o ilícito porque estão dependentes ou querem participar assim, por terem mais hipóteses de sucesso, ou se a população nota que está sem futuro quando este é desafiante.
Depois desta análise crítica, faço a seguinte pergunta, Albuquerque prometeu a limitação de mandatos, mas também não cumpriu, se o PSD conseguiu um número de eleitores dependentes, que votarão sempre PSD, fazendo com que nunca venha a perder, teremos Albuquerque pelos mesmos anos de Jardim, pela negativa, para manter a imunidade? Jardim esteve de 16 de março de 1978 até 20 de abril de 2015, do II ao XI Governo Regional da Madeira, como Presidente do Governo, 37 anos de poder e só nos últimos anos a população mostrava-se cansada dos seus exageros, Albuquerque com um pouco mais de um quarto do tempo do poder já está completamente despedaçado. Nenhum partido quer coligar com ele. Como é que isto vai acabar? Albuquerque sai ou o eleitorado põe fora?
Jardim teve valor e autoridade para durar tanto, porque gerir interesses e apetites é uma mão cheia de areia seca a verter.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
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