C ristina Pedra está em campanha há algum tempo, estar em campanha hoje em dia é ter um cardápio de palermices, quiçá conselhos de assessores de terceira categoria. Ainda estamos a aturar o Miguel Albuquerque e já aponta Cristina Pedra, se bem que alimentam o gozo nas redes sociais, a informação e os compromissos são zero. Os governantes já têm medo de mentir, antigamente os programas eleitorais eram cardápios de mentiras. Agora ocupa-se o tempo, qualquer dia ainda ganham o Óscar para os melhores filmes de Awards.
Os políticos frequentemente recorrem a "números" populares em vez de se focarem apenas em propostas concretas, porque esta abordagem tem um impacto emocional mais forte no eleitorado. Foram os eleitores que os conduziram a isto ou eles é que conduziram os eleitores. Na verdade, é péssimo para eleitores porque desresponsabiliza eleitos. Assim, as campanhas poderiam ser o Festival da Canção, um show de pirotecnia, futebol solteiros contra casados, ou apanha que é ladrão.
Os políticos em campanha querem ver a razão pelas costas e apostam na emoção, muitos eleitores tomam decisões emocionais e não racionais. Pena, porque são enganados por intrujões que estudaram o perfil do eleitorado. Cozinheiros e varredores, gestos simbólicos, piadas, danças ou frases de efeito são mais fáceis de lembrar do que propostas técnicas.
Pão e Circo, todo o ano, ainda mais em campanha, uma verdadeira máquina da estratégia do entretenimento. A política tornou-se, em muitos casos, um espetáculo. As redes sociais favorecem conteúdos virais e momentos icónicos, em vez de discursos longos e técnicos. Um político que "faz piadas" ou cria polémicas pode ganhar mais tempo de antena do que aquele que apresenta propostas detalhadas.
É evidente que se deixa de falar sobre o que o candidato que ganhar vai fazer e pode surpreender negativamente o eleitorado. Tudo se dá com o desvio da discussão. Focar-se em "números" ajuda a evitar debates difíceis sobre problemas estruturais. Não me diga que despertou para isso agora? É assim que em vez de discutir temas como a corrupção ou a desigualdade, desviam a atenção para assuntos secundários ou gestos populistas.
E assim nos situamos na falta de propostas concretas. Um ou outro apresenta, o que é um grave movimento para o regime e o jornalismo ataca em força gozando, em vez de perguntar pelas propostas do regime. Tudo isto é premeditado. Muitos candidatos não têm um plano realista e usam a teatralidade como distração, PSD e CDS, são os mais destacados. Também fazem promessas vagas "vou melhorar a economia" sem detalhes concretos para que não sejam cobrados depois.
Para grande pena minha, o eleitorado da Madeira tem vindo a recompensar isto e, não se entende porque vendo o empobrecimento contínuo, a falta de bons serviços de Saúde, Habitação, etc, ainda se deixem iludir, sobretudo por obras que são mais faturação para os lóbis do que benefício para a população. Se o público valorizasse mais as propostas concretas, os políticos seriam forçados a focar-se nelas, mas o alheamento é grande. Penso que é por isso que o Madeira Opina, a plataforma de Opinião Pública, é tão visada. É muito veneno para o regime.
Muitas pessoas votam por identificação pessoal, gestos simbólicos e populistas podem conquistar votos sem precisar de um programa eleitoral. A política torna-se espetáculo porque isso funciona. Enquanto o eleitorado continuar a valorizar mais a simpatia e carisma do que as propostas detalhadas, os políticos continuarão a investir em "números" para ganhar votos.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 2 de março de 2025
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