N ão custa nada sonhar, por isso vamos lá. Um belo dia, o sol a bater forte, os carros a passarem na via rápida e, ali ao lado, entre as bermas de estrada, um grupo de trabalhadores de colete fluorescente e ancinhos na mão. Só que, em vez dos habituais “sécuos da Cancela”, quem é que lá está?
Miguel Albuquerque com um boné a tapar o escalpe, suado, a maldizer a “injustiça” de tudo aquilo enquanto tenta operar um soprador de folhas sem soprar para os sapatos de verniz.
Pedro Calado, perito em números, agora a fazer contas a quantos sacos de ervas já encheu e a reclamar do horário de trabalho, que deveria terminar mais cedo (como os tempos mudam…).
Cristina Pedra, sempre a tentar optimizar o processo, a dizer aos outros “Malta, temos de fazer isto de forma mais eficiente, a relvinha não se corta sozinha!” enquanto se lembra dos tempos em que mandava em tudo, menos na foice que agora tem na mão.
Seria uma verdadeira lição de justiça poética, não acham? Afinal, se as acusações de corrupção derem em condenação (sim, grande “SE”, porque a justiça por cá às vezes anda mais lenta que os engarrafamentos da Ribeira Brava), nada melhor do que um castigo educativo e produtivo.
A Madeira ganhava em duas frentes:
1. Estradas impecáveis, finalmente cuidadas com o mesmo zelo com que os cofres públicos eram outrora “geridos”.
2. Um espetáculo diário para a população – muito mais divertido do que qualquer comício de promessas vazias.
Imaginem o trânsito a abrandar, os condutores a tirar selfies com os “ex” enquanto trabalham, os tiktokers a fazer vídeos com a legenda “Os Boys na Roça”.
E para tornar tudo mais justo, podíamos até organizar um sistema de rotatividade: um mês na Ribeira Brava, outro a limpar as veredas do Santo da Serra, e nos meses de calor, uma bela missão na Ponta do Pargo, onde a relva cresce como os contratos de ajuste direto cresciam no tempo deles.
E claro, um programa de televisão, “Os Ex-Líderes no Mato”. Imaginem Albuquerque a reclamar da enxada, Calado a tentar convencer os outros que há uma forma “mais estratégica” de puxar as ervas, e Pedra a tentar abrir um franchising daquilo.
Dizem que o karma nunca falha, mas às vezes precisa de um empurrãozinho. Se for para ver esta malta a suar fora dos escritórios de luxo, eu sou totalmente a favor. Afinal, nada mais justo do que pôr quem já varreu tanta coisa para debaixo do tapete… a varrer as estradas da Madeira.
O que acham? Alguém tem um colete fluorescente a mais?
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