Transferência de eleitorado?


A Secretaria Regional da Inclusão e Cidadania, através do Instituto de Social da Madeira, está a preparar uma megaoperação de transporte de idosos, na sua esmagadora maioria dementes sem consciência da realidade, dos lares da região para votarem no próximo domingo no PSD, utilizando uma rede de viaturas públicas e privadas e motoristas de confiança do Governo Regional, distribuídos por toda a região. Tudo poderia passar despercebido se não estivéssemos perante a prática de crimes graves, praticados sem conhecimento ou autorização das famílias de idosos. O esquema começa com a transferência da mudança da residência dos idosos para os lares, mudando-se também a área de recenseamento. Na prática, as direções dos lares foram instruídas para preparar uma funcionária da sua confiança para acompanhar os idosos e votarem pelos mesmos, apresentando-se às mesas de voto como as pessoas da sua confiança. E dizem que já é assim há muito tempo. Dizem que as mesas de voto não questionam a capacidade de compreensão dos idosos nem a legitimidade das ditas trabalhadoras dos lares. É tudo para ajudar, o problema é que mais de 90% dos idosos estão num estado de demência avançado que nunca puderam votar, por não entenderem o que está em causa. É uma votação ilegal, criminosa e favorável ao interesse do PSD, pois mesmo em relação àqueles que até podem ter consciência e manifestarem opinião em relação aos desejos de voto, quem votará por eles será uma funcionária instruída pela máquina PSD e não um familiar.

Dizem que a Secretária da Segurança Social Ana Sousa, e os dirigentes do Instituto de Segurança Social MF, MG e CP, e os seus colaboradores próximos, estão mais preocupados em montar a operação criminosa “votação de idosos dementes no PSD” do que em garantir a boa gestão do setor. Não bastando a má gestão da segurança social, de que é exemplo o processo da Atalaia dos amigos do Albuquerque e do pagamento dos salários às filhas do presidente, investigado pela Polícia Judiciária. Não basta a gestão danosa do setor e a prática de favorecimentos e desvios. Não basta a perseguição interna, a nomeação de dirigentes amigos do sistema, e um SIADAP dos trabalhadores que favorece os que compactam com essas práticas e dizem que sim às senhoras. Para além disso, temos lares sem meios, com falta de trabalhadores e condições, como foi exemplo o lar da Bela Vista em que os idosos tomaram banho em água fria durante meses porque a segurança social preferiu olhar para o lado para não conversar com o amigo do Albuquerque, o Sr.º Saramago, entretanto foragido da justiça. Temos lares em que os idosos não se levantam das camas porque faltam trabalhadores, sobretudo aos fins de semana, sendo entupidos com calmantes para dormirem todo o dia e não chatearem, como dizem. Temos lares sem transporte para levar os doentes ao médico ou cirurgias urgentes ou até para fazerem alguns passeios essenciais para ultrapassar a solidão e a prisão em que se encontram, mas transporte esse que milagrosamente já existe (também facilitado por empresas amigas do regime) quando é para os transporte para as mesas de voto, numa instrumentalização a favor do PSD. Para o voto no partido já aparecem carros, até os adaptados a cadeiras de rodas, motoristas para os motoristas e trabalhadores para votarem em nome dos malogrados idosos dementes.

E nada disso se divulga com medo ou porque não se sabe. Os idosos ainda conscientes, com medo de sofrer represálias. Os familiares, com receio de maltratar os seus entes queridos. As funcionárias mais preocupadas, na esperança de não perderem o emprego. Escrevo com as lágrimas nos olhos, com enorme tristeza pela utilização de seres frágeis em nome da manutenção de um grupo no governo, mas também com receio, mas movida pela necessidade de denunciar esta grave situação contra os nossos idosos e contra a democracia. Espero que os familiares controlem a utilização de seus idosos neste esquema de fraude eleitoral, não apenas no próximo domingo, mas averiguando se os idosos dementes votaram nos atos eleitorais anteriores e, se assim for, o denunciem às autoridades. A existir voto acompanhado, nunca poderá ser para os dementes (estes impedidos de o fazer por falta de consciência do ato), os idosos devem ser acompanhados pelo familiar próximo e não por um trabalhador instrumentalizado pelas meninas da segurança social. Com este esquema, deixei de acreditar nos resultados eleitorais e perceber que afinal existe explicação para as vitórias do PSD. Se votam os dementes também pode votar os mortos e todos os emigrantes ausentes.

Agradeço que a direção do Opina Madeira, para além de publicar urgentemente esta denúncia, envie a mesma ao Ministério Público, ainda a tempo de ser montada uma operação policial nos lares da região que impeça esses crimes com a utilização de idosos inocentes. Os partidos a votos devem agir. Sei do que falo, tudo pode ser facilmente provado pelo testemunho das pessoas envolvidas, muitas discordando mas obedecendo aos superiores hierárquicos. Sou apenas movida pela justiça e pela vontade em impedir a continuação de crimes que envolvem os nossos idosos, já por si numa situação frágil por se encontrarem institucionalizados. Ainda reflito se não devo assumir e dar a cara por este caso, mesmo correndo o risco de represálias. Mas também é para isso que servem as denúncias anónimas, permitir que as informações cheguem a quem de direito, sejam investigadas e punidas as pessoas envolvidas no esquema. O que eu gostaria mesmo era que tal não acontecesse no próximo domingo nem nunca mais. Os nossos idosos merecem todo o respeito e consideração e as famílias deveriam confiar nas instituições. Onde estão os jornalistas desta terra?

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