P ós-pandemia, guerras, discórdia, avanços tecnológicos e a terra plana. O mundo gira igual, sejam americanos, tailandeses ou açoreanos a mandar ou desmandar, a falar ou a calar. Madeira e Porto Santo vivem realidades diferentes, algumas menos, outras mais. Mas ambas são o reflexo da sociedade, das pessoas, e não se pode desligar da ideia de que nós somos produto do conjunto de medidas sócio-políticas adotadas no nosso tempo.
São estas medidas que aumentaram o fluxo de turismo, fizeram a população abandonar as fazendas, deram mais poder de compra aos cidadãos para depois lhes ser negado esse poder com a insularidade e a inflação. Medidas que nos fazem ir ao Porto Santo de barco, e ao continente de avião. Há quem se sinta preso, como eu, há quem tenha a liberdade para ir ao retângulo sempre que quiser, como eu... Não!
Estas medidas, adotadas de há uns bons anos pra cá, fazem de nós madeirenses, ilhéus, gente que se conhece e se identifica facilmente, inclusive no continente, sempre que se ouve os "estepilhas" do costume.
Para onde caminhamos? Para onde é o caminho da felicidade?
Para uns, o caminho é faturar com aluguer de carro, casa, vender serviços, produtos, bens, terrenos e heranças. Para outros, é a cunha, é o tacho, é o entrar na lista da câmara, da junta, da casa do Povo. É aparecer na foto ao lado de X ou Y, é andar de Porche, ter o telefone topo de gama ou andar sempre nos bares "In".
Para onde caminhamos se pelo caminho a superficialidade e a ideologia do facilitismo imperam?
Nossos pais e avós deram duro na vida, não havia ChatGPT nem telemóvel: era a enxada de sol a sol e demorava-se um dia para "ir à cidade".
Hoje, temos a geração mais bem preparada, mais bem formada, gente que ainda apanhou uma vida moderada dos anos 80, 90, e hoje, se foram inteligentes e tiveram juízo, andam no mercado de trabalho e têm a vida arremediada. Mas o que fazem com tanta formação, alguma maturidade e vivência de alguma austeridade, com sentido de responsabilidade adquirido e já alguns cabelos brancos? O que fazemos NÓS com tudo isto?
Passo a vida a ler e ouvir dizer que este é incompetente, aquele tem um tacho, este tem jeito e vontade, aquele não quer saber.
E que tal se apostássemos e confiássemos mais na geração mais bem preparada? Millennials, onde andam vocês? Onde está a vossa competência, o vosso trabalho? Onde está o resultado do investimento que a RAM fez em vós? E no Ensino Superior, depois de andarem no gabinete do Dr. Costa e Silva, e irem aos almoços do Berardo por terem média de 15, onde está a retribuição à sociedade?
Não tenham medo de dar a cara. Usem a vossa massa cinzenta. Usem da vossa palavra. Usem do vosso empenho. Por fim, se tiverem a audácia, se tiverem força para corrigir o que está mal e deitar abaixo os incompetentes, usem...a vossa liberdade de expressão, coisa rara cá na região, onde só diz quem a usa quem tem "cartão do sistema". Mas não tenham medo: nós somos a geração mais bem preparada; eles sem nós não são nada pois nós somos o músculo, o cérebro e o coração da sociedade. Sem nós, eles ficam apenas com os velhos, chatos e aborrecidos com a vida, que votam cegamente neste e naquele, mas que dizem "para mim cá vai dando".
É para vós, geração mais bem preparada, VAI DANDO!?
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