Rally das Autárquicas arranca no Funchal com desclassificações e incógnitas


J oão Rodrigues e Bruno Pereira fora da corrida interna do PSD M; Ana Bracamonte e Helena Leal mantêm-se como candidatas fortes. Partidos ainda longe de apresentar equipas técnicas à altura dos desafios da cidade.

O arranque simbólico para as eleições autárquicas no Funchal começou com desclassificações sonantes entre os potenciais candidatos à liderança da Câmara Municipal. A disputa, apelidada ironicamente de “Rally das Autárquicas ”, já revela falhas estruturais nas estratégias dos principais partidos.

João Rodrigues fora da corrida.

João Rodrigues, apontado como a grande promessa do PSD, foi afastado do leque de possibilidades por não ter apresentado a prometida revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) do Funchal. Apesar de o partido ter anunciado repetidamente que o plano estava concluído, nunca chegou a torná-lo público. Em vez disso, a sua gestão destacou-se por licenciar projetos isolados em várias zonas da cidade, sem uma visão estratégica de ordenamento do território.

Além disso, Rodrigues falhou também em não criar um regulamento municipal para o alojamento local e viu-se envolvido em várias contendas internas e externas , o que contribuiu para a sua exclusão da corrida.

Bruno Pereira também desclassificado.

Outro nome afastado da disputa é Bruno Pereira, que, segundo fontes próximas do processo interno, não conseguiu enfrentar o principal problema urbano do Funchal: o trânsito. Apesar de algumas intervenções em obras públicas, a sua atuação foi considerada insuficiente para marcar a diferença na governação local.

Visto como uma figura sem expressão eleitoral significativa, Pereira já saiu derrotado de anteriores eleições e, segundo alguns analistas, “talvez devesse procurar outro organismo para exercer funções de liderança”.

Candidatas do PSD M em destaque: Bracamonte e Leal

Em sentido contrário, permanecem na corrida interna do PSD M , para as autárquicas 2025, dois nomes que recolhem apoios internos. Ana Bracamonte , que é destacada pelo seu trabalho metódico e rigoroso, com elogios vindos dos próprios funcionários da Câmara.

Já Helena Leal é apontada como uma vereadora de grande sentido de humanidade, o que lhe tem valido reconhecimento entre os pares e cidadãos.

Partidos sem listas técnicas consolidadas.

O PS e o Chega ainda não apresentam listas com figuras com conhecimentos técnicos em áreas fundamentais para a gestão da cidade, como urbanismo, trânsito, turismo e habitação. Um cenário que levanta preocupações quanto à capacidade executiva de futuras lideranças.

No PSD M , apesar dos problemas internos, destaca-se a presença de um candidato médico, visto como um nome seguro, embora ainda não tenha surgido como figura de destaque.

Funchal continua uma incógnita.

A incerteza domina o panorama político local. Apesar de alguns nomes começarem a ganhar forma na pré-campanha, a falta de estratégias claras, equipas técnicas consolidadas e propostas concretas mantém o futuro da governação municipal em aberto.

Como lembrado por alguns analistas locais, “as câmaras municipais são os verdadeiros condomínios das cidades”, e é necessário que os candidatos estejam rodeados por equipas competentes para garantir uma boa gestão do espaço público.

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