A estratégia do PSD-M na rede e os jornalistas estúpidos.


Fui contactado para dar uma opinião em privado e dei, mas não quero me ficar por aí, acho que todos devem saber o que se passa e demonstrar como alguns jornalistas são verdadeiramente uns parvos.

E stamos num cenário de controlo de narrativa e manipulação do espaço digital e mediático, especialmente em contextos de poder regional como o da Madeira, região onde há uma forte ligação entre o poder político, os meios de comunicação tradicionais e agora, cada vez mais, as plataformas digitais. O PSD sabe que ao usar pessoas e entidades queima cartuchos, tem que estar sempre a renovar o stock. Nestas últimas Regionais, antes da semana das ameaças, muitos se expuseram e queimaram-se com base em sondagens onde o PSD estava muito mal. Foi dramático.

Vamos então por partes. Espero que ajudem a divulgar porque já nos basta interesseiros a votar, é preciso acordar os do Pão e Circo.

O PSD Madeira, como força política dominante na região durante décadas, usufruiu de uma relação privilegiada com a comunicação social local. Jornalistas/assessores, dependência de facturação através do maior cliente da Região, com subsídios, "presentinhos e jeitinhos". Este uso intensivo e muitas vezes alinhado dos meios de comunicação, jornais, rádio (de Farinha, Sousa e Ramos) e TV (livre mas com jornalistas do partido), serviu para amplificar a sua agenda, silenciar a oposição e modelar a perceção pública.

No entanto, com o tempo o desgaste é enorme. A credibilidade dos media tradicionais desgasta-se, tanto pela percepção de parcialidade como pela erosão do modelo económico. A população mais jovem e crítica muda-se para o digital, onde o controlo é mais difícil e a pluralidade maior. Portanto, está aqui um desafio do PSD, notado em sucessivas eleições e resolvido na última.

Perante este cenário,  o PSD Madeira tem muitos meios para recorrer a estratégias mais modernas de controlo narrativo e há muito dinheiro do PRR para isso, nomeadamente, a criação de páginas de "notícias" no Facebook. Estas páginas parecem neutras ou informativas, mas na prática funcionam como canais de propaganda que vão recolhendo seguidores incautos, que depois, em doses regulares recebem a narrativa. Usam nomes genéricos, poderia nomear alguns porque sigo as suas jogadas, mas por agora não o quero fazer. Publicam circo, o que o povo adora, acidentes, brigas, abusos, curiosidades, etc, depois encaixam conteúdos favoráveis ao partido ou críticos da oposição.

Nesta estratégia, é natural que para se destacarem, condicionem o acesso interno (bloqueio de sites) em organismos do Governo Regional e Empresas Públicas. Fazem o bloqueio seletivo de sites de notícias independentes ou críticos, especialmente em redes institucionais. Aberto o precedente, isso sim é censura, normalizado e habitual, tende a crescer. Está crescendo. A situação reduz o acesso à informação alternativa por parte de funcionários públicos e colaboradores, provoca o afastamento e inibe hábitos. Esta tática não visa tanto impedir o acesso da população geral, mas controlar a bolha informativa interna, onde as decisões se tomam e se definem prioridades políticas. É que o povão é facilmente manipulável, o que importa é o coro não falhar sem argumentos, a grande máquina que difunde a narrativa.

Neste momento, já de há muito tempo, mas agora com serviços pagos e gente com vencimento do GR, existem equipas e estratégia concertadas. Cada vez vigiam mais os funcionários públicos pelos serviços remotos de assistência técnica, com políticas de salvaguarda dos dados pessoas com pessoas que visam exatamente controlar esse aspecto. Maquiavélico.

Estas operações requerem, agências de comunicação ou equipas digitais dedicadas, muitas vezes informais ou externas ao partido, GR, técnicos especialistas que nem precisam ir ao trabalho. Sabe-se que alguns serviços externos são pagos, a comunicação social prossegue com os pacotes de serviços alargados com essa componente, é que Câmaras e GR a pagar dá muito nas vistas.

Não é novidade a criação de perfis falsos ou anónimos (bots ou trolls) para espalhar conteúdos, para atacar críticos ou manipular debates online. Agora, cada vez mais com o uso da inteligência artificial, e o Madeira Opina tem toda a razão em rejeitar esses textos, a praga está sistematizada. A Opinião Pública é coisa de seres humanos e não de máquinas instrumentalizadas para uma narrativa.

O poder também faz segmentação de audiência através de publicidade paga, ou seja, aproveitando as ferramentas como as do Meta (Facebook e Instagram) fazem um agendamento de fluxo estratégico. misturam religião com fait divers, publicam uma peça elogiosa ou crítica disfarçada numa página “neutra” (é isso que tentam fazer com o Madeira Opina e daí a bagunça que geram, ficam irritados com quem se opõe). Promovem peças informação/desinformação para públicos-alvo específicos, por exemplo idosos, funcionários públicos, jovens, etc. Refletem essas "notícia" como base de discurso político real "as pessoas dizem...".

O PSD sabe que o controlo direto está-se a queimar, o jornalismo regional também, o que está a dar é o controlo indireto de opinião mas nas suas mãos (grupos de Facebook), um pouco como fazem com candidatos e detentores de cargos públicos que são uma fachada dos que constroem políticas para si mesmos. Ao controlar as fontes de informação e o tom do debate digital, mesmo sem censura explícita, é possível criar uma sensação de consenso, silenciar vozes dissonantes por pressão social ou profissional. Tornar mais difícil o contraditório, porque este se perde no ruído.

O PSD Madeira, ao sentir que o controlo dos jornais já não garantem o mesmo efeito de antigamente, está a transitar para uma estratégia digital mais sofisticada e clandestina. Esta envolve o condicionamento do acesso à informação (com páginas próprias, ai o PRR), manipulação de redes sociais e construção de realidades alternativas. Tudo isto de forma que não deixe facilmente pegadas visíveis, tornando difícil o escrutínio público direto.

Os jornalistas que se querem em graça com o poder, percebemos que enterram a sua idoneidade para ter ordenado, mas o pior está para vir. Quando não interessarem e o PSD não precisar deles, o coice vai ser doloroso, mas bem feito. A estratégia já está em campo, o PSD executou a passagem da comunicação para as redes sociais.

Só jornalistas verdadeiramente estúpidos ainda não entenderam isto e atacam os alvos errados. Não tenho pena do que se segue, porque estão arrogantes com o rei na barriga. O PSD não gosta de estar dependente de ninguém, para agir rápido, já teve que inverter sondagens numa semana.

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