Doenças políticas em horário nobre.

 


Tudo ao monte e, para alguns, fé em Deus.

E leições... Aquela época mágica em que políticos descobrem sintomas inéditos e diagnósticos improváveis, tudo coincidindo com os minutos mais preciosos da televisão nacional. Coincidência? Abaixo, apresentamos um guia de doenças políticas especialmente recomendadas para quem deseja garantir uns votinhos extra, principalmente quando as câmaras estão a filmar e o país está colado à TV às 21:15, à espera que dê o programa mais visto na TV nacional, “Isto é Gozar com quem trabalha”.

1. Síndrome da Empatia Súbita, político sofre de uma necessidade irresistível de abraçar idosos, beijar bebés e dar palmadinhas nas costas de quem passa. Sintomas só surgem quando há pelo menos duas câmaras a filmar.

2. Amnésia de Promessas, acontece geralmente no último ano do mandato, quando o candidato esquece que prometeu um ferry para ligar a madeira ao continente para unicórnios.

3. Lombalgia Eleitoral é um clássico. O político curva-se, põe a mão nas costas e, ao som de uma música melancólica, fala dos 'pesos e responsabilidades' de liderar. Sintoma típico quando há uma multidão para impressionar.

4. Paralisia de Reconhecimento, quando questionado sobre escândalos, despesas públicas ou alguma festa financiada com dinheiro de todos, o político simplesmente congela. A expressão facial? Um misto de choque e surpresa, como se estivesse a ouvir falar de si mesmo pela primeira vez.

5. Síndrome do Microfone Sem Filtro, em plena campanha, o político começa a dizer verdades inconvenientes ou soltar piadas de gosto duvidoso. Mas não se preocupem, o diagnóstico inclui um pedido de desculpas no dia seguinte, quando os assessores voltam ao serviço.

6. Enxaqueca de Crítica, a dor de cabeça aparece sempre que alguém lembra que a obra prometida há três mandatos ainda não saiu do papel. Cura-se facilmente com um discurso sobre os 'desafios imprevistos' e 'a conjuntura adversa'.

E agora, uma sugestão para as próximas autárquicas, Miguel Albuquerque, fica a dica – se quiseres inovar, experimenta a 'Faringite da Transparência'. Consiste em perder a voz sempre que alguém pergunta sobre contratos públicos. Dá sempre resultado e ainda podes acrescentar um toque dramático com uma garrafa de chá de gengibre ao lado!

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