Delegação Regional da Madeira,
V enho por este meio expressar a minha profunda indignação e preocupação perante relatos que, a confirmarem-se, configuram um dos mais graves atentados à ética e à confiança que a vossa instituição deveria inspirar: a existência de funcionários dos CTT na Madeira que retêm correspondência, nomeadamente pensões de reforma, destinada a idosos, exigindo-lhes dinheiro como condição para a entrega da mesma.
Pergunta-se: como é que isto é possível numa empresa pública ou de serviço essencial, que se quer exemplo de integridade e respeito pelos cidadãos, sobretudo os mais vulneráveis? Que tipo de escrutínio está a ser feito sobre quem representa os CTT no terreno? Como é que se chega ao ponto de permitir que a correspondência, que por lei deve ser inviolável, se transforme numa ferramenta de coação e abuso?
A Madeira, infelizmente, já tem a sua quota de desafios estruturais, mas não pode, não deve, ser o palco de práticas que lembram extorsão disfarçada de serviço público. Esta situação é mais do que um simples desvio de conduta: é um ataque direto à dignidade dos idosos, muitos dos quais dependem dessas pensões para sobreviver e que se veem agora obrigados a pagar uma espécie de “resgate” por aquilo que lhes pertence por direito.
É urgente que a gerência regional e nacional esclareça esta situação, tome medidas imediatas para investigar estes relatos e, se confirmados, puna exemplarmente os envolvidos. Mais do que isso, é imperativo restituir aos cidadãos da Madeira a confiança que deve existir entre o povo e os serviços que o servem.
A questão que deixo é simples, mas contundente: ao ponto que a ética na Madeira chegou? Ou ao ponto que os CTT a deixaram chegar?
Esta situação foi denunciada na Policia Judiciaria e na Presidência da Republica Portuguesa
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