R eitor, agora que já está eleito confirma, 4.º ano de Medicina adiado… porque, enfim, para quê pressas com vidas humanas? Na mais recente cerimónia da Bata Branca, também conhecida como “festa do jaleco antes da realidade bater”, o reitor da Universidade da Madeira deu uma notícia que caiu como um bisturi sem anestesia: o tão prometido 4.º ano do curso de Medicina vai afinal acontecer... em 2028. Ou seja, mais quatro anos para preparar o quarto ano. A ironia faz um AVC sozinha.
Sim, caros aspirantes a médicos madeirenses, a viagem continua, é como se o curso fosse uma cirurgia experimental onde os estudantes são o ensaio clínico. Quem precisa de um 4.º ano logo agora, não é? Afinal, aprender a tratar doentes é superestimado. O que interessa é saber tirar selfies com a bata branca e dizer "estou em Medicina", enquanto se espera por um plano curricular que avance com a mesma velocidade com que o SNS responde a emails.
O reitor manteve a calma habitual de quem não tem de repetir semestres ou emigrar para acabar o curso. A mensagem foi clara: “2028 é já ali.” Verdade. A julgar pelo ritmo da administração pública, 2028 está praticamente amanhã. E se tivermos sorte, nessa altura ainda existirão doentes vivos para os futuros médicos tratarem.
Até lá, resta aos alunos treinarem diagnósticos com amigos, com turistas de bengala e andarilho, que estão por ai aos montes. Quem sabe, podem até abrir um escape room com o tema “hospital sem pessoal”. Prática clínica garantida.
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