A CMF decide-se, pela primeira vez, com a equipa que cada candidatura levar.

S ou um político de bancada, o que não me menoriza, ando com o povo que fala verdade sem olhar por cima do ombro. As eleições autárquicas no Funchal parece que vai ser um mano a mano entre PSD e a JPP por causa dos candidatos a Presidente da Câmara que foram escolhidos. O PS deveria também ter inovado, seguido o exemplo do PSD que não arriscou com Bruno Pereira, reconhecidamente a locomotiva da atual equipa, porque já perdeu uma vez. Não significa que o candidato do PS não tenha bagagem para a campanha, são perceções.

Mas o povo e funcionários da câmara dizem outras coisas, as equipas contam mais do que nunca, o PSD já tem a sua e a avaliação não é positiva, a equipa ofusca o médico, a vice foi duro golpe, mas veremos, o eleitorado da Madeira tem as suas singularidades e parece que já normalizou tudo o que de errado se passa na Madeira. O que falta é a equipa da candidata do JPP, com ela deve ter vindo uma agenda telefónica repleta e tem potencial para surpreender, coisa que o PSD já não consegue... são sempre os mesmos.

Muita atenção à influência da "clientela" e dependências do PSD, tem sido o garante da manutenção do partido no poder, é um voto cego mas certo. É a inércia a vencer.

A maior fragilidade apontada ao PSD é a história do último mandato por mais que a cidade esteja toda alcatroada, pelo menos o que dá nas vistas, mas também a sua equipa atual e a que já lá foi... Há um desgaste significativo e insatisfação entre o povo e os funcionários da Câmara, um conselho, deixem-se de ser gabarolas, prometer e ofender. E não mandem prender os outros que o o vosso mal vem a caminho. Não tenho dúvidas qu normalização dos "erros" na Madeira, são um sinal de desilusão generalizada, mas também de uma certa resignação que o PSD pode tentar explorar, apelando à estabilidade ou à continuidade. Já resultou nas Regionais. Mas, atenção que a CMF já não tem uma sequência completa de PSD no poder depois da Revolução.

Pode não produzir efeito, mas a crítica de que o PSD "são sempre os mesmos" é um desafio direto à sua capacidade de renovação. Para combater esta perceção, o PSD precisará de ir além da simples apresentação do candidato. Mas sabemos como anda o interior do PSD, manda o grupo do Albuquerque que despreza grande parte do partido que, curiosamente só serve para votar sob ameaças... gostaria de ser mosquinha para saber que rabos de palha têm alguns para se vergarem.

Imagino que na sequência das Regionais, com cartazes sem rosto, para a CMF só apresentam o médico ou de novo nenhuma cara, mas aqui vão ter que apresentar propostas em vez de festas. Propostas concretas e ambiciosas para áreas como habitação, ambiente e desenvolvimento económico. Atenção que campanha porta a porta e comícios tendem a acabar, expõem problemas partidários.

O JPP, com a sua candidata e a expectativa de uma "agenda telefónica repleta", é visto como o partido com maior potencial para surpreender e trazer algo diferente. As pessoas estão à espera de ver a equipa. A candidata surpreendeu, mas será a apresentação de uma equipa forte e com novas ideias que a vai consagrar. As pessoas querem saber que vereadores vão lidar com os munícipes. Se o JPP conseguir demonstrar que não são "mais do mesmo", poderão capitalizar o descontentamento com o PSD.

Só um uma boa equipa bem liderada pode explorar a "singularidade" do eleitorado madeirense, quebrando a resignação e a complacência para trazer uma mudança real e tangível. Será a câmara de Santa Cruz um bom cartão de visitas? E se o JPP abordar temas sensíveis que o eleitorado tem "normalizado", como a transparência, a gestão do orçamento e a prestação de contas, de forma assertiva e com propostas claras de reforma. Está foi a câmara que pôs dinheiro a render? Somos uma classe média superior? Pode ser uma mais valia um partido que está fora do sistema tradicional, que não está preso às velhas práticas e que, por isso, é capaz de agir de forma mais eficaz e independente. Sem clientelas.

A percepção de que "as equipas contam mais do que nunca" é um fator crítico. O PSD enfrenta o desafio de reverter a imagem negativa da sua equipa e de se renovar, enquanto o JPP tem a oportunidade de capitalizar a insatisfação e apresentar-se como a verdadeira força de mudança. O PS, por sua vez, terá que encontrar uma forma de se destacar e de mostrar a sua relevância num cenário que se prevê altamente competitivo e polarizado. Não deve permitir que se cimente a ideia de que o JPP é líder da oposição. O PS que cuide as suas câmaras em mudança: Machico, Porto Moniz e a que mantém a líder, Ponta do Sol. As próximas semanas serão decisivas para moldar o resultado final destas eleições no Funchal, não me façam de novo campanhas enfadonhas de brigas, apresentem propostas com convicção de que serão realizadas.

O JM traz uma equipa parcialmente nova ao Nunes, comparado ao que o DN Trouxe. Será que as bocas que saem no MO fazem efeito? (link) Agora já temos candidata pelo CDS. Cumpre mas não é mais valia. Em relação ao DN as novidades são Ana Cristina Monteiro no aparente lugar de Ana Bracamonte, e Carla Severim, se bem que o DN apresentou 5 "vice/vereadores" e o JM 6.