N a Madeira, os insultos, as ameaças veladas e a falta de respeito pelo debate democrático tornaram-se prática comum. Aquilo que antes chocava, hoje é visto com normalidade, quase rotina. Mas esta impunidade não caiu do céu. Tem três culpados muito claros: os madeirenses, o PSD nacional e a própria arrogância do PSD Madeira.
Em primeiro lugar, os madeirenses. Porque muitos continuam a aceitar tudo isto como se fosse inevitável. Votam em quem sempre governou, mesmo quando são vítimas da prepotência e do desrespeito. Há medo, há dependência, e há também resignação. Mas enquanto a sociedade não exigir mais, e melhor, continuará a ser tratada com desprezo.
Depois, o PSD nacional. Que assiste calado ao que se passa na Região. Não há uma palavra, uma crítica, um sinal de preocupação. Como se a Madeira fosse um território à parte, onde vale tudo desde que dê votos. Esta conivência envergonha qualquer ideia de responsabilidade nacional e passa a mensagem de que, no arquipélago, os padrões democráticos são opcionais.
E por fim, a arrogância do PSD Madeira, que se julga intocável. Governam como se fossem donos disto tudo. Não aceitam críticas, atacam quem pensa diferente e alimentam uma cultura política onde o insulto substitui o argumento. Confundem poder com impunidade, e confundem maioria com legitimidade absoluta.
O problema da Madeira não é só de política. É de cultura democrática. E enquanto estes três factores se mantiverem como estão, nada mudará.
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