A Sara Madalena e o Parlamento à Moda do Bairro


A Sara Madalena! Deputada do CDS, advogada de formação (esperemos nós que com diploma passado e não só passado à frente), estrela em ascensão na comédia política regional, e alvo legítimo das piadas do Ricardo Araújo Pereira. Convenhamos, quando se tem unhas da cor do partido e vocabulário da cor das tascas às 3 da manhã, o palco do “Isto é Gozar com Quem Trabalha” torna-se uma inevitabilidade.

Não é todos os dias que uma deputada decide tratar o parlamento como se fosse um churrasco de domingo em que se perdeu a vergonha e o filtro (link). A linguagem brejeira, própria de alguém que confunde um hemiciclo com um arraial popular, é de uma subtileza tal que até faria corar um estivador. E sim, sabemos que o parlamento regional tem as suas particularidades, mas não precisa de ser transformado num reality show dos com guião de casa dos segredos.

Agora, cara Sara Madalena, permita-me o atrevimento, quem tanto fala, certamente aguenta ouvir. As críticas feitas ao Eduardo Jesus também se aplicam a si. A postura, a conduta, e elevação? Pois bem, espelho, minha cara. Olhe bem para si, veja se encontra aí dentro o mesmo rigor que exige aos outros. Porque uma coisa é criticar, outra é dar o exemplo. E, até ver, a senhora tem sido mais dado ao espetáculo do que à substância.

E já agora, se não for pedir muito, talvez fosse altura de rever a indumentária. Porque vestir-se como cheerleader de campanha permanente, talvez garanta likes nas redes, mas não dignifica propriamente o estatuto de deputada. O parlamento não é o Instagram, e uma figura que representa o povo tem a obrigação de o representar com compostura, não com purpurina e palavreado taberneiro.

Em resumo, cara Sara, menos show-off, mais show-dignidade. A política precisa de ideias, não de adereços. E nós, eleitores, já temos palhaçadas que cheguem.

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