De tirar o chapéu pela resistência.

V amos lá tirar o chapéu, ou melhor, os óculos de leitura com lente laranja, porque isto merece palmas. O Diário de Notícias da Madeira já nem tenta disfarçar: virou o Diário Oficial do PSD. Falta só mudarem o logótipo para uma laranja em chamas com a legenda: “Aqui só se escreve com cartão do partido.” Editorial? Só com aprovação do chefe de bancada.

Mas eis que surge um fenómeno inesperado, quase científico: o Madeira Opina. Sem verbas públicas, sem fundos europeus, sem avenças douradas, só com um teclado, umas ideias na ponta da língua e um bocado de coragem, conseguem, pasme-se, mandar nos temas do dia. São eles que lançam a pedra e o DN vai logo fazer a reportagem a apanhar os cacos, de rabo entre as pernas e colunistas em modo pânico.

E sim, estão borrados. Medo que se note o que sempre se soube: que o jornalismo amestrado da ilha abana a cauda quando o dono fala... mas treme quando o povo ladra. E o Madeira Opina, meus amigos, ladra alto e morde onde dói.

Parabéns, Madeira Opina. A sério. Sem dinheiro, sem publicidade institucional, sem os jantares de networking no Reid’s, estão a dar baile à comunicação social que há décadas se vendeu por um prato de polvo à lagareiro. Estão a mostrar que não é preciso ter um grupo económico por trás para fazer barulho, basta ter coragem e acesso ao Wi-Fi.

A Madeira está a mudar. E alguns andam tão nervosos que já nem conseguem segurar a caneta sem tiques. Ainda dizem que o jornalismo morreu… Não morreu. Só foi capturado, e agora está a ser resgatado por quem tem mais tomates do que orçamento.

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