Os maus exemplos vêm de cima


Os fingimentos das fotografias.

O efeito cascata da impunidade na política

A frase é popular, "os maus exemplos vêm de cima", e ecoa com particular ressonância quando observamos figuras públicas na Madeira que, por sua posição e influência, deveriam ser baluartes da integridade, mas optam por trilhar caminhos questionáveis. 50 anos de poder gerou uma forma de estar que nestes últimos revelam-se fatais para uma sociedade de gente bem formada. Os exemplo de abusos, transgressões, o sucesso da trapaça, afalta de respeito pelo próximo e a sã convivência, o ego e o egoísmo, entre outras estão em alta, pela força e não pelo argumento. É como se a força dos imperialistas tivesse chegado ao Estado de Direito e é curioso que uma das acusações contra Albuquerque é atentar contra o Estado de Direito e a Constituição. Deve ser por isso que Miguel Albuquerque foi dos primeiros a querer, mais uma vez quer alterar a "orgânica" para colocar a conjuntura confortável aos seus demandos e promoção da corrupção?

Os casos que envolvem Miguel Albuquerque, ao furtar-se à Justiça através da imunidade, desvalorizando factos irrefutáveis e tecendo narrativas alternativas para a verdade, ilustra de forma preocupante como tais atitudes podem corroer os alicerces da nossa sociedade e, perigosamente, moldar comportamentos nos mais jovens e menos informados.

Quando um líder político, que se espera que seja um exemplo de conduta ética e respeito pela lei, recorre a subterfúgios para evitar a responsabilização, a mensagem que passa para a cidadania é devastadora. Sobretudo na percepção de que a Justiça não é igual para todos, que a posição de poder pode ser um escudo contra as consequências dos próprios atos, isto mina a confiança nas instituições democráticas. É um convite ao cinismo e à desilusão, especialmente entre aqueles que acreditam no mérito e na transparência.

Mais grave ainda é a tendência de desvalorizar factos e de criar narrativas alternativas que distorcem a realidade. Num tempo em que a desinformação prolifera, a instrumentalização da verdade por figuras de topo é um precedente perigoso. Ensina-se que a retórica e a manipulação são mais importantes do que a verdade objetiva, e que a capacidade de "contar uma boa história" pode sobrepor-se à honestidade. Este cenário é particularmente prejudicial para as gerações mais novas, que crescem num ambiente onde a capacidade de discernimento é constantemente desafiada por agendas ocultas e "verdades" fabricadas.

Neste ponto, é natural que os veículos das más mensagens, no caso da Madeira, sejam os controlados meios de comunicação social, na posse de Sousa, Farinha e Ramos, com uma TV Regional profusa de fanáticos do partido de Albuquerque, que, não sendo suficiente, já são uns reeducados de Albuquerque, ajoelhados à missão evangelizadora pelas premissas do "fugitivo". Sinto vergonha alheia sobre o que muitos jornalistas fazem, completamente deslocados da deontologia.

O estabelecimento de uma ordem de seguidores de fidelidade sem contraditório, onde o mérito é "morto" em favor da lealdade cega, é outro sintoma desta distorção. Quando a ascensão profissional e política depende mais da obediência inquestionável a um líder do que da competência, da ética ou da inovação, cria-se um ciclo vicioso de mediocridade e complacência. Muitos quadros da função pública e os jornalistas padecem disto. Os mais talentosos e íntegros são marginalizados, enquanto os mal formados, que jogam nos expedientes e retóricas, aqueles que não internalizaram os valores da ética e da responsabilidade, veem nesta dinâmica um atalho para o sucesso. Um parenteses, parabéns MO por não tolerar aplicações do tipo ChatGPT na Opinião Pública, mais uma arma para os incompetentes competirem em desigualdade, atingidos os postos, à margem da decência e da legalidade. Mas dizia, eles observam e internalizam que o caminho para o topo não exige trabalho árduo, integridade ou respeito pelas regras, mas sim a capacidade de se adaptar, de se calar perante a injustiça e de ser inquestionavelmente fiel.

Em suma, a postura de quem está "em cima" e se permite a tais desvios éticos e legais não é apenas um problema individual; é um agente de desmoralização social. Cria um padrão perigoso que pode levar à normalização da impunidade, à desvalorização da verdade e à promoção de uma cultura de subserviência em detrimento do mérito. É fundamental que a sociedade e as instituições reajam a estes "maus exemplos" com firmeza, para que a mensagem de que a integridade e a justiça devem prevalecer seja clara e inequívoca, e para que os jovens possam acreditar que o sucesso se alcança com base em valores sólidos, e não em atalhos duvidosos.

Com estas ideias é mais fácil de dizer que Miguel Albuquerque é a fundação do ódio na Madeira quando desvirtua uma sociedade de bem, é um contribuidor para o extremismo. Nada é um acaso.

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