O poder na Madeira, asneirar, esperar que se cansem e ficar.
M esmo diante de casos graves, que no continente por bem menos se demitem, na Madeira todos se habituaram a se manter nos cargos porque as pessoas cansam-se, aponta para uma questão complexa e multifacetada, que toca em aspetos de valores, ética, respeito e a própria natureza do poder.
Vendemos uma ilha idílica cheia de pessoas excecionais, mas o que está a acontecer são sucessivos casos que colocam a Madeira de rastos na imagem pública geral. Lá fora, no continente, não há jornalistas a mandar calar outros e se colocar ao lado do poder porque assim também protegem os seus benefícios. Os resultados eleitorais produzem-se assim. Há tremenda falta de valores e ética na Madeira.
Quando se fala em "poder pelo poder", refere-se a uma dinâmica onde a manutenção da posição e influência se torna o objetivo principal, muitas vezes em detrimento de princípios morais ou do bem-estar coletivo. Na Madeira, a perceção de que "ninguém se demite de nada" sugere a existência de uma ou mais características singulares.
Forte cultura de estabilidade (ou imobilidade, costume, interesse, perversidades). Em ambientes políticos com uma longa tradição de uma mesma governação, como os 50 anos do mesmo poder, pode desenvolver-se uma cultura onde a rotatividade é vista como uma fraqueza ou uma ameaça, e a lealdade ao partido ou à figura central se sobrepõe a outras considerações. Isto é o síndrome de Estocolmo na democracia.
A falta de prestação de contas efetiva. Ninguém se sente desapoiado para se demitir, porque são 50 anos a se ocultarem uns aos outros os rabos de palha. Esse ser límpido chamado Albuquerque a abençoar Jesus é um exemplo. Se a pressão pública, mediática ou institucional (como a justiça) não for forte o suficiente para forçar demissões, os envolvidos podem sentir-se impunes. E tem acontecido há mais de 50 anos, o caso Jesus pensam que será mais um... Tudo isto é alimentado por laços de solidariedade interna, ausência de mecanismos eficazes de fiscalização ou uma perceção de que "tudo acaba em nada". O povo deve se manter em vez de desistir.
Podem crer que há total perceção de impunidade, Albuquerque atingiu o auge, por isso será cada vez pior a atitude de todos com o exemplo do chefe. A ideia de que por mais casos graves surjam ninguém se demite, pode criar um ciclo vicioso. Se não há consequências visíveis para ações questionáveis, a própria noção de "grave" pode ser desvalorizada e os padrões de conduta podem baixar. Portanto, mais uma normalização do errado e do crime na Madeira, como se pode dizer que há Povo Superior?
Outra faceta do errar e permanecer está na "profissionalização" da política. A caquistocracia, o governo dos piores, diz tudo. Se são os piores e estão a coberto do Estado onde nada fecha por má gestão nem ninguém vai embora demitido ou por demissão, é imperioso usar a conjuntura para ficar. Eles não sabem fazer mais nada na vida nem têm para onde ir. Em muitos casos, a vida política torna-se a única ou principal carreira, em toda a vida. Alguns acham-se conhecedores de tudo mas nunca tiveram responsabilidades com o seu dinheiro, olha se falhar ... falhou, paciência. Alguns, sem poder não são nada, é uma realidade existencial, onde a perda do cargo representa não apenas a perda de influência, mas também de sustento e identidade social. Isto pode levar a uma maior resistência em abandonar posições, mesmo sob escrutínio.
Nada disto é novo, manter-se é uma estratégias de sobrevivência política, só serve o abusador, incompetente e o sem valores ou ética. Os cargos e instituições deixam de ser respeitados e dão lugar aos radicalismos. Ao invés de demissões, surgem táticas como a negação, a minimização dos factos, o desvio de responsabilidades, ou o esperar que o tempo e novos acontecimentos façam esquecer as controvérsias, função da comunicação social amestrada da Madeira.
Princípios como a integridade, a honestidade, a transparência e a responsabilidade podem ser percebidos como secundários em comparação com a manutenção do status quo. A lealdade partidária ou pessoal pode sobrepor-se à lealdade aos princípios democráticos e à ética pública. É isto que se passa na Madeira e o povo não se importa, até que exploda de vez com a Madeira toda privatizada. O que o madeirense planta... vai colher.
A ética no serviço público implica agir sempre no melhor interesse dos cidadãos, evitar conflitos de interesse e assumir as consequências dos seus atos. A ausência de demissões pode sugerir uma interpretação frouxa desses deveres éticos, onde a "culpa" é sempre atribuída a terceiros ou negada por completo.
A falta de respeito manifesta-se de diversas formas e não só pelo que Eduardo Jesus promoveu. Pelo cargo, quando o foco está na pessoa e não na função que exerce, os requisitos éticos e de conduta associados ao cargo são desvalorizados desvalorizados. É exatamente por isso que o Madeira Opina fala tantas vezes em Assunto - Cargo - Pessoa. E faz muito bem não aceitar textos de inteligência artificial porque é uma forma desta gente menor tentar sujar tudo o que tenha valor.
A persistência em cargos apesar de controvérsias graves deve ser interpretada como um desrespeito pela inteligência e pelas preocupações dos eleitores. Implica que a vontade popular ou a indignação pública são irrelevantes perante a necessidade de manter o poder.
Quando as ações individuais afetam a credibilidade de instituições (governo, parlamento, etc.) e não há consequências, o respeito pelas próprias instituições democráticas é erodido.
A saúde da democracia e a qualidade da governação na Madeira é má, a coberto de jornalistas que nada informam e ainda acusam outros quando são uma luz de esperança. O jornalismo da Madeira é do mais rasca que se pode ter e deve ser estudado. A credibilidade das instituições e a confiança dos cidadãos dependem, em grande parte, da forma como os titulares de cargos públicos assumem as suas responsabilidades, incluindo a assunção de culpas e a capacidade de se afastarem quando a sua permanência prejudica a confiança pública. As redes sociais, na Madeira, são o único veiculo que pode trazer alguma decência porque o resto está tudo comprado, com rabos de palha ou beneficiados pelo poder.
Aguentem-se Madeira Opina, deve ser valorizado e não diabolizado, até por aí vemos o povo que temos e a saúde da democracia.
O Eduardo Jesus tornou-se em mais um Jaime Filipe Ramos, não pode liderar listas, só nomeado ou de boleia com a cara de outro.
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