M anuel António Correia teve, e ainda tem, capital político suficiente para ter feito a diferença. Com o desgaste evidente do PSD-Madeira, especialmente no Funchal, muitos esperavam que tivesse a coragem de romper com o rumo atual e apresentar uma alternativa séria, estruturada e livre das amarras internas que têm minado o partido nos últimos anos.
A verdade é que o PSD tem vindo a perder credibilidade, por culpa própria. Os últimos 10 anos foram marcados por divisões internas, má gestão política e uma desconexão crescente com as pessoas. Muitos militantes e simpatizantes sentiram-se desiludidos com a falta de visão e com a incapacidade de renovar a liderança de forma autêntica.
Manuel António podia, e devia, ter formado um movimento cívico ou político, reunindo os seus apoiantes e outros quadros descontentes com a actual direcção do partido, e apresentar uma candidatura própria à Câmara Municipal do Funchal. Teria sido uma forma de afirmar uma nova visão para a cidade, sem os vícios do passado e com a liberdade de construir algo diferente. Um movimento assim podia ter trazido novas ideias, mais abertura à sociedade civil e um modelo de governação mais próximo das pessoas.
Ao não o fazer, perdeu-se uma oportunidade importante de mostrar que há espaço para lideranças firmes, mas também modernas e corajosas, capazes de enfrentar o sistema partidário quando este se afasta dos interesses reais da população.
O Funchal continua à espera de uma alternativa com coragem para romper com o passado, e Manuel António tinha perfil para isso.
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