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N as noites eleitorais é um ai Jesus com o crescimento das extremas direitas, mas depois faz-se uma coligação, um arranjinho parlamentar e dá para governar e manter a seita. O problema é que se torna cada vez mais difícil esses esquemas, porque os partidos tradicionais não aproveitam os avisos para mudar de vida, antes aproveitam a oportunidade para continuar o mesmo modelo de governação até se esgotar o tempo, porque quem vai pagar é a população, eles saem da política bem sustentados para a vida. Montenegro tem uma política anti-corrupção mas sustenta e imita Albuquerque. Verdade ou mentira? Também ficou depois de esclarecido que mistura política com negócios. Que anjinho foi António Costa, ou então queria mesmo ir para Bruxelas...
A insensibilidade social, o esquecimento dos eleitores, o facto de serem sempre eles que acabam por pagar tudo deslocou os partidos tradicionais do foco no eleitor, um terreno fértil para os extremistas e uma promoção da represália democrática.
A ascensão dos populismos e extremismos, como alertado por figuras políticas como Montenegro, não é um fenómeno isolado, mas sim um sintoma gritante de um problema mais profundo e estrutural, o deslocamento dos partidos tradicionais da realidade e das necessidades das pessoas comuns. A crítica contundente que se impõe é que estas forças políticas, outrora pilares da democracia representativa, parecem ter trocado o serviço público pela defesa de interesses clientelistas, negociatas e esquemas obscuros. E, toda a oportunidade eleitoral é para prosseguir com mais e pior do mesmo, vemos na Madeira e vemos no continente.
É uma realidade dolorosa, mas inegável, que muitos cidadãos se sentem abandonados e traídos. É um agridoce, o eleitorado sabe o que são os extremismos mas começam a odiar um sistema e uma democracia que os ignora, eles usam o dinheiro público contra a população. O que veem não é uma governação que os inclua ou que lhes traga benefícios tangíveis, mas sim um sistema onde parecem ser meros contribuintes, condenados a financiar os "esquemas empresariais" de uma elite política e económica. O fingimento do IRS está a ser sentido e o IMI, pelo menos no Funchal, aumentou, as pessoas irritadas pelos fracos rendimentos que não dão para viver, recebem estopadas fiscais que lhes transtornam a vida por dois ou três meses e onde o subsidio de férias não chega para pagar os impostos. E ninguém vive como Albuquerque e Montenegro.
As promessas eleitorais transformam-se em letras mortas, enquanto as políticas públicas parecem desenhadas à medida de grupos de pressão e grandes empresas, funcionando como "pontas de lança do poder económico", em vez de servir o bem-estar da maioria. Se existirem promessas eleitorais, os candidatos dos Partidos Tradicionais até se furtam de mostrar um programa eleitoral ou dar a cara nos cartazes.
É a desilusão que alimenta o crescimento da Extrema Direita. Este cenário de desilusão generalizada é o terreno mais fértil para o florescimento da extrema direita, com cabecilhas de "olhão". Sem se sentirem representados ou ouvidos pelos partidos que dominam o espetro político, eleitores frustrados e zangados procuram alternativas, mesmo que radicais. A extrema direita, muitas vezes com discursos simplistas e soluções milagrosas (mas vazias), conseguem capitalizar este descontentamento na cegueira da vingança, da indignação, do descrédito, apresentando-se como a única voz autêntica contra o "sistema" e a "corrupção". Os Partidos Tradicionais vão mudando a vez...
O paradoxo é que, ao invés de uma autocrítica profunda e de uma mudança de rumo genuína, muitos dos Partidos Tradicionais limitam-se a lamentar o crescimento dos extremismos, sem reconhecerem a sua própria parcela de responsabilidade. É como se ignorassem o facto de que, ao se dedicarem a manter as suas clientelas e a perpetuar as suas negociatas, estão a empurrar as pessoas diretamente para os braços de quem promete "limpar" o sistema, ainda que com métodos e ideologias que representam um risco para a própria democracia.
Urge uma regeneração Democrática, alguns partidos precisam de refundação. A retórica vazia e a preocupação excessiva com a manutenção do poder, em detrimento da escuta ativa e da resposta às necessidades reais da população, criaram uma crise de confiança que está a corroer as fundações da democracia. Para travar o avanço dos extremismos, não basta denunciá-los; é imperativo que os partidos tradicionais se regenerem, que se voltem a ligar às pessoas, demonstrando através de ações concretas que estão realmente comprometidos com o interesse público, e não com os interesses de poucos. Caso contrário, o alarme sobre o aumento dos populismos continuará a soar, mas sem eco, enquanto a desilusão popular continua a ditar o passo.
Há sempre outra prioridade que não governar para os cidadãos.
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