A exuberância da candidatura do PSD ao Funchal.


C omeçou com força. Com entusiasmo. Com aquele embalo de quem acredita piamente que vai conquistar o Funchal com promessas recicladas e presença em eventos que ninguém vê. Falamos, pois claro, de Jorge Carvalho, o nosso eterno Secretário Regional da Educação, agora também promovido a candidato à Câmara Municipal do Funchal. Parece não ter percebido que está em campanha, talvez porque ainda ninguém o informou oficialmente.

A verdade é que a candidatura de Jorge Carvalho arrancou como quem sai para correr pela primeira vez no ano novo: motivados ao início, entusiasmados até, mas ao fim de dez metros… pausa para respirar. E porquê? Porque não há equipa. Não se vê ninguém. Nada. Só silêncio. E é legítimo perguntar: será que a equipa de Jorge Carvalho existe? Ou será que está a ser montada aos bocadinhos por Pedro Calado?

Para já, o que temos é um candidato que aparece mais como secretário regional do que como alguém que quer governar a cidade. Parece que está à espera de um e-mail a confirmar que é mesmo candidato. Até lá, vai distribuindo discursos de escola e presença em iniciativas educativas, que sempre dão boa fotografia.

E entretanto, no Correio da Madeira, já se fala em sucessores. O nome que circula com mais insistência é o de Bruno Melim, presidente da JSD Madeira, que, dizem, teria perfil para avançar. Só que há um problema: Bruno Melim não parece muito interessado em ir parar ao fim da lista de uma candidatura tremida, só para fazer número e aplaudir comedidamente. Seria um retrocesso para quem, no PSD Madeira, ainda sonha com alguma coisa mais ambiciosa do que segurar bandeiras.

Claro que já se comenta que tem nomes prontos a avançar, jovens da sua comissão política, cheios de vontade, entusiasmo e... falta de currículo. Atenção, não é por serem jovens. Há juventude com competência, com ideias, com trabalho feito. Mas também há juventude com um CV tão leve que voa com a brisa de uma crítica. E se for esse o caso, então o entusiasmo dos funchalenses continuará ao nível da ementa da cantina da escola: previsível e sem sal. Só se o Bruno Melim conseguir encontrar alguém realmente preparado dentro da JSD (duvido) é que ainda pode devolver algum ânimo a esta ópera em câmara lenta, protagonizada por Jorge Carvalho e pelo seu estilo invisível de campanha.

Porque até agora, tudo parece improvisado. E o Miguel Albuquerque, lá vai distribuindo candidaturas como quem manda recados com fumo: ninguém percebe bem a intenção, mas toda a gente sente o cheiro a caos.

Resumindo: Jorge Carvalho é candidato, sim. Só que continua a agir como se fosse apenas o secretário regional em missão técnica pela cidade. A candidatura arrancou, tropeçou, tossiu, perdeu o sapato… e agora está sentada a olhar para o chão. A equipa não aparece, os adversários já estão a correr, e os funchalenses, esses, já perderam a paciência para esta novela com figurantes e sem enredo.

E se for Bruno Melim a salvar o espetáculo? Talvez. Porque mais uma equipa de aprendizes de vereador… só servirá para confirmar o que já se suspeita: que Jorge Carvalho foi lançado não para ganhar, mas apenas para tapar buracos.

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