Depois perda de Autonomia da RTP-M, o chumbo contra as palavras de Gouveia e Melo. |
E sta semana, foi apresentado pelo JPP na ALRAM um voto de protesto contra as declarações “profundamente anti-autonomistas” do candidato presidencial Almirante Gouveia e Melo, que considerava desnecessária a ligação ferry entre a Madeira e o continente e que via com bons olhos a manutenção do cargo do representante da República na Madeira, uma espécie de “ouvidor-mor do Reino”. Ora, estas declarações enfermam da mesma visão centralista do Estado que ainda não entendeu o valor das autonomias insulares e que deveriam merecer o mais veemente repúdio de todos aqueles que se consideram verdadeiramente autonomistas. Na votação, mereceu o chumbo do parlamento com os votos contra de PSD, CDS e IL. Chega absteve-se e o PS votou a favor do protesto do JPP.
Na argumentação do PSD, Jaime Filipe Ramos considerou que o voto de protesto do JPP era, isso sim, um voto de censura contra as declarações do Almirante, atentatório da sua liberdade de expressão. Chama-se a isto “virar a ponta ao prego”. Juntamente com o PSD alinharam CDS (o costume diga-se) e a IL. Camelo alinhou com Jaime Filipe nesta tese peregrina de que protestar contra as declarações do Almirante, era um ato de censura por parte do JPP. Grandes autonomistas que nos saíram estas figuras!
Para contextualizar nestas questões de liberdade de expressão e de censura, deixo aqui o voto de protesto do PSD em 2022, contra as declarações do Ministro da Educação João Costa, assinadas pelo paladino da liberdade de expressão Jaime Filipe Ramos. Em 2022 era legítimo protestar contra as declarações do ministro. Já em 2025, protestar contra as declarações profundamente anti-autonomistas de Gouveia e Melo, já é um caso de censura e de coartar a liberdade de expressão. Fica o registo de interesses autonómicos do líder da bancada do PSD e também do liberal Camelo. O CDS assume a posição (de quatro) de sempre!
Registe-se também o apoio de Alberto João Jardim à candidatura presidencial do Almirante. Este apoio representa o caucionar das declarações que este proferiu aquando da sua deslocação à Região, enquanto candidato presidencial. Na questão ferry já sabíamos que AJJ tinha sido o coveiro da ligação do ARMAS em 2012, agora quanto à manutenção do cargo do ministro da república, essa não estava à espera.
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