O Club Sport Marítimo prepara-se para iniciar a próxima época, depois de um ADN falhado e das polémicas com treinadores, numa temporada que ficará na parede do museu como a pior de sempre nos registos caseiros. Os últimos três meses trouxeram uma assembleia geral destituitiva que foi abortada e outra que aprovou a venda dos activos societários que o clube detinha na SAD, a um grupo financeiro falido das terras de Vera Cruz.
Esta semana, os Maritimistas foram brindados com a apresentação dos equipamentos para a nova época. O Clube publicou um vídeo promocional que, além de divulgar os equipamentos é um reflexo daquilo a que chegou.
Primeiro, vê-se um jovem a atirar-se ao mar — uma alegoria perfeita à formação no CSM tudo lançado ao fundo e emerso em mistério. Depois, uma mão atira uma moeda ao mar, simbolizando o dinheiro desperdiçado nas últimas épocas, treinadores, direções remuneradas e jogadores (Fransergio entre outros, por exemplo).
Segue-se a rede de pesca que, outrora cheia de frutos do mar (leia-se alegrias), agora está presa num calhau em mais uma colagem à realidade, a rede Maritimista, que nos trazia o que de melhor havia está agora presa num bando de calhaus que gere o clube e que só traz lodo.
Mais adiante no vídeo, vemos uma mão que borda e outras a limpar peixe, momentos habitualmente associados à bilhardice entre bordadeiras e à intriga das peixeiradas na praça do peixe. Uma metáfora perfeita da actual postura entre sócios, funcionários e administradores do Marítimo uma autêntica peixeirada em praça pública.
Momentos depois, os jovens saem da água com uma moeda na mão e entregam-na aos velhinhos jogadores do CSM, juntamente com as camisolas. Mais uma alegoria certeira, jogadores que partiram jovens e agora regressam, já veteranos, a vender promessas e camisolas e que acabam apenas a passear por ai com as camisolas.
Tal como no vídeo, os jovens dão lugar aos veteranos que deambulam pelas ruas com as camisolas do Marítimo.
Estranho é o Carlos Jorge e o Zeca, veteraníssimos jogadores do CSM não terem usado a camisola azul do vídeo para atirar a um balde do lixo, sitio onde ela fica perfeita, o CSM tem tanta tradição em usar o AZUL como a produção de Ananás na Madeira.
E depois vem o lema: “De um povo que sabe lutar, o Marítimo nasceu”, pena é que este lema antigo não acompanhe a tão ambicionada modernização do clube e não evolua para “De um povo que deixou de lutar e passou a ganhar, o Marítimo cresceu.”
Vem aí mais uma época em que o CSM precisa, obrigatoriamente, de subir de divisão se quiser manter o seu histórico nível competitivo e afirmar-se no topo do futebol português. Neste momento, após a assembleia geral, o gatilho da roleta russa foi puxado e o cão vai bater, resta saber se na bala ou na câmara vazia. Já não há volta atrás. Esta época pode ser o fim do Marítimo... ou o regresso aos grandes palcos.
O investimento prometido poderá ser a tábua de salvação de que o clube precisa e, se bem aproveitado, poderá devolver a mística verde-rubra. Se falhar, é o adeus praticamente definitivo do CSM ao futebol moderno, que é, cada vez mais, uma triste realidade em termos globais.
Vamos esperar para ver. E é já dia três... contra os Serranos que também morreram na praia no investimento e preparam-se para descer de divisão.
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