A única maneira de retribuir solidariedade consiste em estar também presente nos momentos maus dos outros. Até agora, os dados provisórios do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que o incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês consumiu 5.786 hectares. É como se fosse o tesouro continental como se fosse a nossa Laurissilva.
É importante notar que este incêndio, que começou a 26 de julho, afetou não só a área do Parque Nacional, mas também outras zonas, elevando a área total ardida para mais de 7.500 hectares nos concelhos de Ponte da Barca e Terras de Bouro.
Por solidariedade e para responder à solidariedade recebida, a Madeira deveria ter enviado/ enviar bombeiros para o continente, já tivemos 11 dias para ter essa lucidez, mas como em tudo na Madeira, aguarda-se que passe naturalmente.
O Governo que nos representa, sempre o mesmo, para verbalizar ou fazer alguma coisa por solidariedade só empurrada pelas críticas públicas. Estão muito metidos só no que lhes interessa.
A solidariedade, na sua essência, transcende a simples empatia e o altruísmo pontual. É o reconhecimento profundo e a aceitação da nossa interdependência como seres humanos. Não se trata apenas de ajudar quem precisa, mas de entender que o bem-estar de um indivíduo está intrinsecamente ligado ao bem-estar da comunidade como um todo. Há muito que alguns que conhecemos perderam esta noção e são sectários. Solidariedade, conceito fundamental, implica que as nossas ações e escolhas têm um impacto direto e indireto nos outros, criando uma teia de responsabilidade mútua. Através da solidariedade, formamos laços sociais fortes, onde a dor de um é a dor de todos, e o sucesso de um é a inspiração para muitos, construindo assim uma base de confiança e apoio que é vital para o desenvolvimento de uma sociedade coesa e justa. Do outro lado está o egoísmo e o egocentrismo.
Num mundo cada vez mais globalizado, a solidariedade assume uma dimensão ainda mais crítica. Os desafios que enfrentamos, como as alterações climáticas, as crises económicas ou as pandemias, não conhecem fronteiras. Nenhuma nação ou comunidade pode resolvê-los isoladamente. A solidariedade global torna-se, portanto, uma necessidade imperativa, onde a cooperação e a partilha de recursos e conhecimentos são a única via para a superação de obstáculos comuns. Este tipo de solidariedade exige uma mentalidade de inclusão e de respeito pelas diferenças culturais, sociais e económicas, reconhecendo que a diversidade é uma força e não uma fraqueza. É a ponte que permite a comunicação e a ação conjunta entre povos, assegurando que ninguém é deixado para trás e que o progresso é um esforço coletivo. Os incêndios de Verão são mais um problema coletivo, porque na natureza e no clima está tudo ligado.
A prática da solidariedade manifesta-se de inúmeras formas, desde os gestos mais simples do dia a dia até às grandes mobilizações humanitárias. Não se limita a doações financeiras ou trabalho voluntário. A solidariedade pode ser expressa através da escuta ativa a um amigo, do apoio a um vizinho em dificuldade, ou da defesa dos direitos de grupos marginalizados. É uma força transformadora que desafia o individualismo e o egoísmo, promovendo a justiça social e a equidade. Ao cultivarmos a solidariedade, não estamos apenas a melhorar a vida dos outros; estamos, em última análise, a construir um futuro mais resiliente e humano para todos, onde o respeito mútuo e a dignidade são os pilares de uma convivência harmoniosa.
A solidariedade torna-nos humanos num mundo cada vez mais egoísta e de clivagens.
Timor vai dando lições...
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