Redes sociais, ofensas pagas e silêncio institucional.
N um tempo em que a política deveria estar ao serviço das pessoas, cresce a sensação de que certos partidos — e em particular o chamado “Partido do Poder” — têm optado por utilizar os piores instrumentos à sua disposição para manter o controlo: a ofensa orquestrada, a violência verbal e a manipulação digital.
O que se torna ainda mais grave é que, segundo informações que circulam nos bastidores com força crescente, algumas dessas campanhas de ataque — frequentemente dirigidas a candidaturas emergentes e independentes — estão a ser conduzidas por indivíduos ligados a passados criminais, nomeadamente por tráfico de droga, agora supostamente reciclados como operacionais de propaganda política online.
E a pergunta que se impõe é:
Quem paga esta máquina suja? E como?
Há quem aponte para um esquema tão velho quanto perverso: a promessa de estágios profissionais públicos, onde os beneficiários não comparecem ao local de trabalho, mas recebem mensalmente o valor do “salário” como compensação pela sua lealdade digital. É a transformação da inclusão social num instrumento de manipulação partidária. Um escândalo silencioso, mas muito bem arquitetado.
A corrupção política já não se limita aos contratos públicos ou ao clientelismo institucionalizado. Ela agora veste a pele das redes sociais, onde perfis falsos, ataques coordenados e difamações sistemáticas substituem o debate sério e transparente por uma guerra suja de palavras encomendadas.
Se for verdade que estágios pagos com fundos públicos estão a ser usados como moeda de troca por favores políticos ou campanhas de ataque online, estamos perante algo mais grave do que mero abuso de poder: estamos diante de uma forma sofisticada de desvio de recursos públicos para fins partidários — e de uma traição profunda à ética democrática.
O silêncio das autoridades e das entidades fiscalizadoras também grita.
Será que ninguém vê? Ou simplesmente ninguém quer ver?
Se nada for feito, se ninguém denunciar, os que verdadeiramente querem mudar continuarão a ser alvo de campanhas orquestradas por quem teme perder os seus privilégios — e que, por isso mesmo, recorre às armas mais baixas para manter-se no topo.
Não basta ficarmos indignados. É preciso exigir respostas.
E acima de tudo, é preciso quebrar o ciclo da impunidade que protege os que confundem o poder com imunidade.
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